São Paulo, sábado, 09 de janeiro de 2010

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Bolsa encerra semana com alta acumulada de 2,44%

Ontem, desemprego dos EUA pesou; dólar cai para R$ 1,73

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mais esperado evento econômico de ontem, a divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano, decepcionou. As Bolsas de Valores reagiram com desânimo. Na BM&FBovespa, o resultado foi de baixa de 0,27%. Ao menos o recuo de ontem não teve intensidade suficiente para levar a Bolsa abaixo dos 70 mil pontos -fechou a 70.262 pontos.
Em Wall Street, o índice Dow Jones operou no vermelho durante a maior parte do pregão, conseguindo respirar apenas perto do fechamento -terminou com alta de 0,11%
O mercado de trabalho nos EUA registrou a eliminação de 85 mil postos de trabalho no último mês de 2009, enquanto analistas falavam até em criação de empregos no período. Dessa forma, com o mercado ainda desaquecido, o aguardado processo de elevação dos juros nos EUA deve levar mais tempo para ser iniciado.
Quem escapou do pessimismo com os dados americanos foi o mercado acionário europeu, que retomou seus maiores patamares em cerca de 15 meses. A Bolsa de Londres subiu 0,14%, e a de Frankfurt, 0,30%.
Na região, destaque para a confirmação de que a zona do euro saiu da recessão no terceiro trimestre de 2009, ao registrar alta de 0,4% em seu PIB.
Com a maior economia do planeta em ritmo mais fraco do que o esperado, o dólar acabou por se depreciar ontem. Em relação ao real, a moeda norte-americana caiu 0,86% e encerrou negociada a R$ 1,73.
No começo das operações, o dólar chegou a ser vendido a R$ 1,753, mas cedeu logo após a avaliação dos números do mercado de trabalho nos EUA. No mês, a moeda americana registra recuo de 0,75%.
"Uma melhora nas condições de emprego nos EUA deveria fortalecer um pouco o dólar, uma vez que reforçaria as percepções de que o Fed [banco central dos EUA] poderia iniciar o processo de retirada dos estímulos econômicos e de elevação da taxa de juros mais cedo que o precificado até aqui", disse Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
Ao menos as commodities não se enfraqueceram, o que permitiu que a Bolsa brasileira tivesse recuo relativamente moderado. Apesar do resultado de ontem, o Ibovespa encerrou a semana com valorização acumulada de 2,44%.
No primeiro pregão do ano, na segunda-feira, o Ibovespa retomou o patamar dos 70 mil pontos, que não atingia desde junho de 2008.
"O mercado começou o ano a todo vapor. Beneficiado pela entrada de investidores estrangeiros na Bolsa, vimos o Ibovespa reconquistar o patamar de 70 mil pontos", disse José Góes, economista da Wintrade.
Nos três primeiros pregões da semana, os estrangeiros mais compraram que venderam ações no montante de R$ 879 milhões. Em todo o mês de dezembro, esse saldo foi positivo em R$ 512,2 milhões.
A Bolsa está agora a 4,6% de alcançar seu pico histórico, que foram os 73.516 pontos registrados em maio de 2008.

Mercado interno
Como tem ocorrido nos últimos pregões, papéis de empresas dependentes da economia interna foram os que mais atraíram compradores na Bolsa de Valores ontem.
Na lista dos mais expressivos ganhos do pregão apareceram Gol PN, com apreciação de 4,83%, TAM PN, com 3,71% de alta, e Souza Cruz ON (3,03%).
As gigantes Petrobras e Vale, as duas maiores companhias da Bolsa, tiveram resultados menos animadores. A ação PN da Petrobras caiu 0,53%, enquanto Vale PNA subiu 0,55%.


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