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Bolsa encerra semana com alta acumulada de 2,44%
Ontem, desemprego dos EUA pesou; dólar cai para R$ 1,73
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mais esperado evento econômico de ontem, a divulgação
dos dados do mercado de trabalho norte-americano, decepcionou. As Bolsas de Valores
reagiram com desânimo. Na
BM&FBovespa, o resultado foi
de baixa de 0,27%. Ao menos o
recuo de ontem não teve intensidade suficiente para levar a
Bolsa abaixo dos 70 mil pontos
-fechou a 70.262 pontos.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones operou no vermelho durante a maior parte do pregão,
conseguindo respirar apenas
perto do fechamento -terminou com alta de 0,11%
O mercado de trabalho nos
EUA registrou a eliminação de
85 mil postos de trabalho no último mês de 2009, enquanto
analistas falavam até em criação de empregos no período.
Dessa forma, com o mercado
ainda desaquecido, o aguardado processo de elevação dos juros nos EUA deve levar mais
tempo para ser iniciado.
Quem escapou do pessimismo com os dados americanos
foi o mercado acionário europeu, que retomou seus maiores
patamares em cerca de 15 meses. A Bolsa de Londres subiu
0,14%, e a de Frankfurt, 0,30%.
Na região, destaque para a
confirmação de que a zona do
euro saiu da recessão no terceiro trimestre de 2009, ao registrar alta de 0,4% em seu PIB.
Com a maior economia do
planeta em ritmo mais fraco do
que o esperado, o dólar acabou
por se depreciar ontem. Em relação ao real, a moeda norte-americana caiu 0,86% e encerrou negociada a R$ 1,73.
No começo das operações, o
dólar chegou a ser vendido a R$
1,753, mas cedeu logo após a
avaliação dos números do mercado de trabalho nos EUA. No
mês, a moeda americana registra recuo de 0,75%.
"Uma melhora nas condições
de emprego nos EUA deveria
fortalecer um pouco o dólar,
uma vez que reforçaria as percepções de que o Fed [banco
central dos EUA] poderia iniciar o processo de retirada dos
estímulos econômicos e de elevação da taxa de juros mais cedo que o precificado até aqui",
disse Miriam Tavares, diretora
de câmbio da corretora AGK.
Ao menos as commodities
não se enfraqueceram, o que
permitiu que a Bolsa brasileira
tivesse recuo relativamente
moderado. Apesar do resultado
de ontem, o Ibovespa encerrou
a semana com valorização acumulada de 2,44%.
No primeiro pregão do ano,
na segunda-feira, o Ibovespa
retomou o patamar dos 70 mil
pontos, que não atingia desde
junho de 2008.
"O mercado começou o ano a
todo vapor. Beneficiado pela
entrada de investidores estrangeiros na Bolsa, vimos o Ibovespa reconquistar o patamar de
70 mil pontos", disse José
Góes, economista da Wintrade.
Nos três primeiros pregões
da semana, os estrangeiros
mais compraram que venderam ações no montante de R$
879 milhões. Em todo o mês de
dezembro, esse saldo foi positivo em R$ 512,2 milhões.
A Bolsa está agora a 4,6% de
alcançar seu pico histórico, que
foram os 73.516 pontos registrados em maio de 2008.
Mercado interno
Como tem ocorrido nos últimos pregões, papéis de empresas dependentes da economia
interna foram os que mais
atraíram compradores na Bolsa
de Valores ontem.
Na lista dos mais expressivos
ganhos do pregão apareceram
Gol PN, com apreciação de
4,83%, TAM PN, com 3,71% de
alta, e Souza Cruz ON (3,03%).
As gigantes Petrobras e Vale,
as duas maiores companhias da
Bolsa, tiveram resultados menos animadores. A ação PN da
Petrobras caiu 0,53%, enquanto Vale PNA subiu 0,55%.
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