|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro do ABN sobe 43% e atinge R$ 2 bi
Crédito em alta, crescimento da receita com serviços e da carteira de produtos de câmbio puxam resultado de 2006
Banco diz que pulverização do crédito e conseqüente alta da inadimplência impediram que taxas de juros caíssem mais no ano
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ABN Amro lucrou R$ 2 bilhões em 2006, cifra 43% superior ao resultado do ano anterior, quando o lucro do banco
holandês no Brasil havia sido
de R$ 1,4 bilhão.
Crédito em alta com margens
de juros ligeiramente inferiores às praticadas em 2005,
crescimento da receita com
prestação de serviços e aumento da carteira de produtos de
câmbio marcaram o ano do
ABN no Brasil.
O volume de crédito concedido pelo banco aumentou 26%
no ano passado, chegando a R$
49,6 bilhões. A taxa média de
juros nas operações caiu pouco
mais de um ponto percentual,
de 28,9% para 27,8%. A participação de pessoas físicas e empresas no total de crédito praticamente não mudou.
Cerca de 44% do bolo ficava
com pessoas físicas em 2005,
proporção que caiu ligeiramente para 43% no ano passado.
Ainda assim, o volume de crédito para elas cresceu 23,7%.
Ficaram com as empresas
52% da carteira de crédito. Mas
o desempenho dos empréstimos para pessoas jurídicas muda bastante de acordo com o
porte das empresas. O crédito
para grandes empresas recuou
4,5% em relação a 2005, ao passo que a carteira de empréstimos para médias empresas registrou alta de 43%.
Os 30% de aumento do crédito no caso das pequenas, aliados ao bom desempenho das
médias fez a participação delas
no total de crédito para pessoas
jurídicas subir para 84% no ano
passado. Em 2005, a proporção
era de cerca de 79%.
É por conta desse processo
de pulverização do crédito, argumenta Fabio Barbosa, presidente do banco no Brasil, que
as taxas médias de juros não
caíram tanto. Emprestar mais
para pequenas e médias empresas e para pessoas de renda
mais baixa é uma operação
mais arriscada, diz ele.
Para empréstimos mais arriscados, a margem exigida pelo
banco é maior. Como aumenta
a participação deles no total de
empréstimos, a taxa média de
juros é pressionada para cima.
"Para uma empresa que já tinha acesso ao crédito antes, a
taxa é menor", diz Barbosa, que
considera saudável a chegada
do crédito a setores que não tinham acesso às operações em
passado recente.
Mais risco e pulverização do
crédito também levaram a aumento da inadimplência, que
chegou a 3,6% no terceiro trimestre para recuar um pouco
no final do ano, para 3,2%, taxa
menor que a média do mercado
bancário, de 5%.
O lucro mundial do grupo holandês também subiu, mas em
velocidade mais modesta. Ele
foi de 4,78 bilhões, alta de
7,6% em relação a 2005. O bom
desempenho do banco brasileiro, que representa 95% dos negócios do ABN na América Latina, fez a participação da região no resultado mundial subir dos 10% de 2005 para 16%
no ano passado.
Relatório divulgado na Holanda prevê alta do crédito no
mercado brasileiro em 2007,
ainda que "em velocidade um
pouco menor que a de 2006".
Texto Anterior: Aposentadoria: Previdência privada avança 18% e saldo supera R$ 100 bi Próximo Texto: Ganho obtido pela Braskem registra queda acentuada Índice
|