São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Lucro do ABN sobe 43% e atinge R$ 2 bi

Crédito em alta, crescimento da receita com serviços e da carteira de produtos de câmbio puxam resultado de 2006

Banco diz que pulverização do crédito e conseqüente alta da inadimplência impediram que taxas de juros caíssem mais no ano


MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ABN Amro lucrou R$ 2 bilhões em 2006, cifra 43% superior ao resultado do ano anterior, quando o lucro do banco holandês no Brasil havia sido de R$ 1,4 bilhão.
Crédito em alta com margens de juros ligeiramente inferiores às praticadas em 2005, crescimento da receita com prestação de serviços e aumento da carteira de produtos de câmbio marcaram o ano do ABN no Brasil.
O volume de crédito concedido pelo banco aumentou 26% no ano passado, chegando a R$ 49,6 bilhões. A taxa média de juros nas operações caiu pouco mais de um ponto percentual, de 28,9% para 27,8%. A participação de pessoas físicas e empresas no total de crédito praticamente não mudou.
Cerca de 44% do bolo ficava com pessoas físicas em 2005, proporção que caiu ligeiramente para 43% no ano passado. Ainda assim, o volume de crédito para elas cresceu 23,7%.
Ficaram com as empresas 52% da carteira de crédito. Mas o desempenho dos empréstimos para pessoas jurídicas muda bastante de acordo com o porte das empresas. O crédito para grandes empresas recuou 4,5% em relação a 2005, ao passo que a carteira de empréstimos para médias empresas registrou alta de 43%.
Os 30% de aumento do crédito no caso das pequenas, aliados ao bom desempenho das médias fez a participação delas no total de crédito para pessoas jurídicas subir para 84% no ano passado. Em 2005, a proporção era de cerca de 79%.
É por conta desse processo de pulverização do crédito, argumenta Fabio Barbosa, presidente do banco no Brasil, que as taxas médias de juros não caíram tanto. Emprestar mais para pequenas e médias empresas e para pessoas de renda mais baixa é uma operação mais arriscada, diz ele.
Para empréstimos mais arriscados, a margem exigida pelo banco é maior. Como aumenta a participação deles no total de empréstimos, a taxa média de juros é pressionada para cima. "Para uma empresa que já tinha acesso ao crédito antes, a taxa é menor", diz Barbosa, que considera saudável a chegada do crédito a setores que não tinham acesso às operações em passado recente.
Mais risco e pulverização do crédito também levaram a aumento da inadimplência, que chegou a 3,6% no terceiro trimestre para recuar um pouco no final do ano, para 3,2%, taxa menor que a média do mercado bancário, de 5%.
O lucro mundial do grupo holandês também subiu, mas em velocidade mais modesta. Ele foi de 4,78 bilhões, alta de 7,6% em relação a 2005. O bom desempenho do banco brasileiro, que representa 95% dos negócios do ABN na América Latina, fez a participação da região no resultado mundial subir dos 10% de 2005 para 16% no ano passado.
Relatório divulgado na Holanda prevê alta do crédito no mercado brasileiro em 2007, ainda que "em velocidade um pouco menor que a de 2006".


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