São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Vivo lucra R$ 16,3 milhões beneficiada por ganho fiscal

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ganhos fiscais ajudaram a operadora de telefonia Vivo a alcançar o seu primeiro lucro trimestral e também a "virar" o balanço do ano -no vermelho até setembro de 2006. De outubro a dezembro, a companhia lucrou R$ 885,6 milhões. Em 2006, o saldo positivo atingiu R$ 16,3 milhões, contra um prejuízo de R$ 594 milhões em 2005. A companhia perdeu clientes em 2006.
Como a vantagem fiscal não deve se repetir nos próximos resultados, o efeito positivo no balanço ficará limitado ao trimestre passado, e a companhia deve voltar a registrar prejuízo nos próximos exercícios financeiros, segundo analistas.
O que aconteceu nas contas da empresa é resultado da simplificação da estrutura do grupo. Em 2006 houve uma unificação das cinco holdings e 14 operadoras em uma única empresa, a Vivo Participações S.A. Com isso, entrou no balancete R$ 1,012 bilhão de créditos de impostos, sendo R$ 740 milhões relativos a benefícios fiscais das empresas incorporadas. Soma-se a essa conta outros R$ 136 milhões de reversão de provisão para PIS e Cofins. Ainda houve um efeito negativo de R$ 278 milhões, resultado de uma reavaliação de ativos obsoletos no final de 2006.
Na avaliação de André Rocha, analista do setor do Unibanco, o ganho com a baixa dos créditos tributários e os recursos que entraram no caixa da empresa (por conta da renegociação recente com clientes devedores) ajudaram no saldo final. "O Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] chegou a mais de R$ 857 milhões no balanço publicado. Ao se desconsiderar a reversão dos tributos e o ganho com a renegociação das dívidas, o Ebitda cai para R$ 662 milhões", calcula ele. "Sem dúvida, a empresa fica no vermelho no ano sem esses ganhos", diz.
Alguns indicadores apresentaram leve melhora, segundo o balancete apresentado. O número de clientes no último trimestre de 2006 atingiu 29 milhões, superior aos 28,7 milhões registrados em setembro. No ano porém, a carteira da empresa diminuiu 2,5%.
A Vivo continua na liderança do setor de telefonia móvel, com participação de mercado de 38,2% na região a que atende. Mas essa taxa tem emagrecido: era mais de 44% um ano atrás e a queda é constante nos últimos meses.
De acordo com Roberto Lima, presidente da companhia, que apresentou os resultados de 2006 do grupo, "a empresa não fará loucuras para manter o usuário, porque nem sempre usuário [em carteira] significa resultado".
A receita líquida do quarto trimestre foi de R$ 2,9 bilhões, queda de 1,7% na comparação com os três últimos meses de 2005 e alta de 4% sobre o terceiro trimestre. No ano, a receita somou R$ 10,9 bilhões, 2,8% menor que a de 2005.
De acordo com Lima, até o final de março a empresa terá disponível o seu serviço de GSM pós-pago.
Questionado sobre um possível interesse da Telemig, que estaria à venda, Lima se limitou a dizer que não vai comentar o assunto.


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