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Vivo lucra R$ 16,3 milhões beneficiada por ganho fiscal
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ganhos fiscais ajudaram a
operadora de telefonia Vivo a
alcançar o seu primeiro lucro
trimestral e também a "virar" o
balanço do ano -no vermelho
até setembro de 2006. De outubro a dezembro, a companhia
lucrou R$ 885,6 milhões. Em
2006, o saldo positivo atingiu
R$ 16,3 milhões, contra um
prejuízo de R$ 594 milhões em
2005. A companhia perdeu
clientes em 2006.
Como a vantagem fiscal não
deve se repetir nos próximos
resultados, o efeito positivo no
balanço ficará limitado ao trimestre passado, e a companhia
deve voltar a registrar prejuízo
nos próximos exercícios financeiros, segundo analistas.
O que aconteceu nas contas
da empresa é resultado da simplificação da estrutura do grupo. Em 2006 houve uma unificação das cinco holdings e 14
operadoras em uma única empresa, a Vivo Participações S.A.
Com isso, entrou no balancete
R$ 1,012 bilhão de créditos de
impostos, sendo R$ 740 milhões relativos a benefícios fiscais das empresas incorporadas. Soma-se a essa conta outros R$ 136 milhões de reversão
de provisão para PIS e Cofins.
Ainda houve um efeito negativo de R$ 278 milhões, resultado
de uma reavaliação de ativos
obsoletos no final de 2006.
Na avaliação de André Rocha, analista do setor do Unibanco, o ganho com a baixa dos
créditos tributários e os recursos que entraram no caixa da
empresa (por conta da renegociação recente com clientes devedores) ajudaram no saldo final. "O Ebitda [lucro antes de
juros, impostos, depreciação e
amortização] chegou a mais de
R$ 857 milhões no balanço publicado. Ao se desconsiderar a
reversão dos tributos e o ganho
com a renegociação das dívidas,
o Ebitda cai para R$ 662 milhões", calcula ele. "Sem dúvida, a empresa fica no vermelho
no ano sem esses ganhos", diz.
Alguns indicadores apresentaram leve melhora, segundo o
balancete apresentado. O número de clientes no último trimestre de 2006 atingiu 29 milhões, superior aos 28,7 milhões registrados em setembro.
No ano porém, a carteira da
empresa diminuiu 2,5%.
A Vivo continua na liderança
do setor de telefonia móvel,
com participação de mercado
de 38,2% na região a que atende. Mas essa taxa tem emagrecido: era mais de 44% um ano
atrás e a queda é constante nos
últimos meses.
De acordo com Roberto Lima, presidente da companhia,
que apresentou os resultados
de 2006 do grupo, "a empresa
não fará loucuras para manter
o usuário, porque nem sempre
usuário [em carteira] significa
resultado".
A receita líquida do quarto
trimestre foi de R$ 2,9 bilhões,
queda de 1,7% na comparação
com os três últimos meses de
2005 e alta de 4% sobre o terceiro trimestre. No ano, a receita somou R$ 10,9 bilhões, 2,8%
menor que a de 2005.
De acordo com Lima, até o final de março a empresa terá
disponível o seu serviço de
GSM pós-pago.
Questionado sobre um possível interesse da Telemig, que
estaria à venda, Lima se limitou
a dizer que não vai comentar o
assunto.
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