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Costa agora nega que Correios vão romper contrato com o Bradesco
Ministro afirma que idéia é discutir acordo com banco
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ter dito que romperia o contrato com o Bradesco para que os Correios assumissem sozinhos o Banco Postal, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG),
recuou e agora fala em tentar
uma parceria melhor.
Na quarta da semana passada, Costa havia dito que o contrato com o Bradesco, que vence em 2009, seria rompido mediante pagamento de indenização. Na ocasião, o ministro afirmou que contava com o aval do
presidente Lula e do BC.
Ontem, o discurso do ministro estava complemente diferente. "Ninguém rompe contrato no Brasil, nós sabemos
disso", afirmou. "O que queremos é discutir. Se o banco [Bradesco] quiser rever as posições
do contrato atual, mais favoravelmente aos Correios, tudo
bem. Se não quiser rever, daqui
a dois anos acaba o contrato."
Via assessoria, o Bradesco
disse preferir não se manifestar
"por desconhecer o assunto".
O ministro explicou que o governo não está satisfeito com a
parceria. "Neste momento, nos
sentimos prejudicados dentro
de um contrato que foi feito às
pressas, no último ano do governo passado", afirmou.
Em 2001, o governo FHC fez
uma licitação para definir qual
banco faria parceria com os
Correios. Na ocasião, além do
Bradesco, apresentaram proposta o Itaú e a CEF. O Bradesco levou, oferecendo pela parceria R$ 201 milhões.
Além do dinheiro investido
para vencer a licitação, o Bradesco paga aos Correios parte
das tarifas que cobra dos clientes desde 2002, quando começou a inaugurar as agências, e
um percentual do saldo das
contas. Segundo a Folha apurou, o Banco Postal rende R$ 12
milhões por mês aos Correios.
Questionado sobre suas declarações da semana passada, o
ministro disse: "Nossa proposta de rediscutir o contrato não
passou pela idéia de simplesmente cancelar. Eu vi publicações na imprensa de que estávamos cancelando o contrato.
Nós não estamos fazendo isso".
Costa esteve com Guido
Mantega (Fazenda) para tratar
do Banco Postal. Informou que
o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano, vai se reunir com
o ministro nos próximos dias.
O arranjo do Banco Postal
permite que os Correios sejam
correspondentes bancários do
Bradesco. Dessa forma, as
5.548 agências dos Correios
passam a oferecer serviços
bancários, como possibilidade
de pagamento de contas e, no
caso de correntistas do Bradesco, saques e depósito.
Colaborou a Reportagem Local
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