São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Costa agora nega que Correios vão romper contrato com o Bradesco

Ministro afirma que idéia é discutir acordo com banco

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ter dito que romperia o contrato com o Bradesco para que os Correios assumissem sozinhos o Banco Postal, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), recuou e agora fala em tentar uma parceria melhor.
Na quarta da semana passada, Costa havia dito que o contrato com o Bradesco, que vence em 2009, seria rompido mediante pagamento de indenização. Na ocasião, o ministro afirmou que contava com o aval do presidente Lula e do BC.
Ontem, o discurso do ministro estava complemente diferente. "Ninguém rompe contrato no Brasil, nós sabemos disso", afirmou. "O que queremos é discutir. Se o banco [Bradesco] quiser rever as posições do contrato atual, mais favoravelmente aos Correios, tudo bem. Se não quiser rever, daqui a dois anos acaba o contrato."
Via assessoria, o Bradesco disse preferir não se manifestar "por desconhecer o assunto".
O ministro explicou que o governo não está satisfeito com a parceria. "Neste momento, nos sentimos prejudicados dentro de um contrato que foi feito às pressas, no último ano do governo passado", afirmou.
Em 2001, o governo FHC fez uma licitação para definir qual banco faria parceria com os Correios. Na ocasião, além do Bradesco, apresentaram proposta o Itaú e a CEF. O Bradesco levou, oferecendo pela parceria R$ 201 milhões.
Além do dinheiro investido para vencer a licitação, o Bradesco paga aos Correios parte das tarifas que cobra dos clientes desde 2002, quando começou a inaugurar as agências, e um percentual do saldo das contas. Segundo a Folha apurou, o Banco Postal rende R$ 12 milhões por mês aos Correios.
Questionado sobre suas declarações da semana passada, o ministro disse: "Nossa proposta de rediscutir o contrato não passou pela idéia de simplesmente cancelar. Eu vi publicações na imprensa de que estávamos cancelando o contrato. Nós não estamos fazendo isso".
Costa esteve com Guido Mantega (Fazenda) para tratar do Banco Postal. Informou que o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano, vai se reunir com o ministro nos próximos dias.
O arranjo do Banco Postal permite que os Correios sejam correspondentes bancários do Bradesco. Dessa forma, as 5.548 agências dos Correios passam a oferecer serviços bancários, como possibilidade de pagamento de contas e, no caso de correntistas do Bradesco, saques e depósito.


Colaborou a Reportagem Local

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