São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006

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Redução da taxa Selic alivia pouco os juros cobrados do consumidor

DA REPORTAGEM LOCAL

Não adianta o consumidor se empolgar com a redução da taxa básica da economia. O impacto do corte da Selic sobre os juros finais é bastante tímido.
Isso é o que mostra levantamento realizado pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
A pesquisa aponta que os juros do empréstimo pessoal direto nas financeiras está, na média, em 274,43% anuais. Com a redução da Selic ontem de 17,25% para 16,50%, essa taxa iria a 272,42%.
"Os consumidores que dependem de crédito podem esperar, daqui para frente, taxas menores. Porém, terão de conviver ainda com juros em patamares extremamente elevados", analisa, no estudo, Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
A associação fez uma simulação tendo como exemplo uma geladeira, que custa R$ 800,00 se comprada à vista.
Antes do corte da Selic, se o consumidor optasse por pagar a geladeira em 12 vezes -taxa de juros mensais de 6,15% ou 104,66% ao ano- desembolsaria no final R$ 1.154,52. Após a redução da Selic, o consumidor gastaria R$ 1.151,40 (com taxas mensais de 6,10%) pelo mesmo produto. Ou seja, uma economia de apenas R$ 3,12.
Para as empresas, a queda da taxa Selic também tem efeito pequeno. Na simulação da Anefac, o capital de giro destinado às empresas tinha custo de 64,40% antes da redução da taxa básica, passando para 63,46% anuais.
No caso do disseminado cheque especial, as taxas médias, que oscilavam em torno dos 157,76% ao ano, vão agora para 156,33% anuais.
Mas a queda das taxas na ponta pode ser mais ou menos acentuada que o resultado do estudo, variando de uma instituição financeira para outra.


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