DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria de Milão estendeu por mais seis meses as investigações sobre a Telecom Italia, disse ontem o jornal "La Repubblica", um dos mais influentes daquele país.
Segundo o diário, os investigadores estão particularmente interessados em identificar se a matriz italiana usou um de seus braços brasileiros para pagar a uma empresa de investigações inglesa, a Business Security Agency. O dinheiro teria passado pela Suíça.
A agência pertence ao ex-detetive Mario Bernardini, que prestou serviços à Telecom Italia até 2006. Ele hoje é a principal testemunha do caso e diz que um grupo de funcionários usou a estrutura da operadora para criar uma rede de internacional de espionagem e venda de informações.
Segundo o "La Repubblica, procuradores rastreiam o pagamento de "lobistas especializados em comunicação próximos a políticos brasileiros, importantes servidores públicos, mas também simples policiais".

Telecom Italia
A Telecom Italia afirma que só vai se manifestar ao fim das investigações dos procuradores.
A reportagem do "La Repubblica" nomeia ex-funcionários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), advogados e empresários paulistas, além de detetives particulares que atuam no Brasil.
O jornal italiano diz que outro testemunho que está sendo levado em conta é o do ex-chefe de Segurança para a América Latina da Telecom Italia Angelo Janonne. Em seus depoimentos aos procuradores de Milão, ele disse não saber o destino dos pagamentos supostamente feitos pela empresa de telefonia no Brasil.


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