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FUNDOS
Objetivo é tranqüilizar os investidores, diz governo
Após pressão do mercado, Tesouro encurta prazo de título pós-fixado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tesouro Nacional cedeu à
pressão do mercado e resolveu
agir para reduzir a volatilidade
dos títulos pós-fixados. Em leilão
realizado ontem, o Tesouro aceitou grande parte da demanda das
instituições financeiras e trocou
LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) de prazo de vencimento
mais longo.
Nos últimos dias, as instituições
financeiras viveram momentos
de estresse, marcados por forte
movimento de venda de títulos
pós-fixados, principalmente os
papéis mais longos (com prazo de
resgate entre 2007 e 2009), o que
acarretou queda no valor dos títulos.
Como os fundos de investimento DI e de renda fixa têm LFTs em
suas carteiras, a rentabilidade de
algumas aplicações ficou negativa
no dia 6. Na quarta-feira (dia 7, último dado disponibilizado pela
Anbid), alguns desses fundos ainda registraram retorno negativo,
mas bem mais moderado que no
dia anterior. Outros, como o FIF
DI Tradicional do banco Bradesco, já voltaram a ter resultado positivo após o susto de terça-feira.
"Encurtamos um pouco o prazo
dos títulos [pós-fixados] para dar
maior tranqüilidade ao mercado.
Achamos que a volatilidade estava um pouco alta", afirma o secretário-adjunto do Tesouro, José
Antonio Gragnani.
No leilão de troca realizado ontem, foram retirados do mercado
títulos com vencimento entre junho de 2007 e março de 2009 e colocados papéis com resgate em
março de 2007. A operação movimentou R$ 1,57 bilhão.
Segundo o secretário-adjunto, o
governo vai seguir monitorando
o mercado para "preservar os papéis do Tesouro".
Ajuste
"O Tesouro viu o problema que
estava surgindo e resolveu recomprar mais títulos hoje [ontem].
Como o Tesouro tem de continuar colocando títulos no mercado, o mais interessante para evitar
novos estresses seria ofertar papéis com prazos menos longos,
2005 ou 2006, por exemplo", diz
Sérgio Lima, da Mello Global Investments.
A ação do Tesouro deverá ser
repetida em outras medidas que
podem ser tomadas durante a
próxima semana. O Tesouro não
deve ofertar LFTs na próxima terça-feira, segundo operadores.
Na avaliação de analistas, o
mercado já está mais calmo, e os
fundos de investimento não devem sofrer saques nem perdas como ocorreu em 2002, quando o
governo mudou a forma de contabilização dos valores dos títulos
nas carteiras dos fundos.
As perdas, concentradas principalmente no dia 6, não terão peso
significativo no resultado dos fundos em suas rentabilidades mensais, a não ser que o valor das
LFTs seguisse em queda.
Os fundos que tiveram rentabilidade negativa em alguns dias são
apenas os que carregam títulos
pós-fixados de prazos mais longos, entre 2007 e 2009.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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