São Paulo, quinta-feira, 09 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

País volta a ter fuga de dólares em março

Depois de saldo positivo em fevereiro, o primeiro em cinco meses, março registra saída de US$ 797 milhões do Brasil

Setor financeiro foi o principal responsável pelas perdas; para especialista, tendência na crise é que fluxo se mantenha negativo


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ficar positivo em fevereiro, o fluxo de moeda forte para o Brasil voltou ao vermelho em março. Segundo informações divulgadas ontem pelo Banco Central, as saídas de dólares superaram os ingressos em US$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre.
Com a exceção de fevereiro, o fluxo foi negativo em todos os meses depois da piora da crise financeira internacional, em outubro. Neste ano, houve uma saída líquida de US$ 3,018 bilhões em janeiro, entrada de US$ 841 milhões em fevereiro e saída de US$ 797 milhões no mês de março.
Segundo dados parciais de abril, até a última sexta-feira já haviam saído US$ 498 milhões do mercado brasileiro a mais do que entraram.
Para especialistas, não há perspectiva de melhoras -nem de pioras significativas.
O economista-sênior da Itaú Corretora, Maurício Oreng, acredita que até o fim do ano a tendência é que o fluxo cambial se mantenha "ligeiramente negativo". Ele afirma que grandes saídas de dólares, na casa US$ 3 bilhões/mês, como em janeiro, não devem se repetir.
Segundo Oreng, a desaceleração da economia fará com que as multinacionais instaladas no Brasil tenham lucros menores. As remessas de lucros e dividendos, por consequência, serão menores. Ele acrescenta que os investidores estrangeiros que pretendiam deixar o país também já venderam suas aplicações.
O Brasil não tem oferecido grandes atrativos aos investidores estrangeiros, tanto em Bolsa de Valores quanto em títulos públicos, avalia o economista. Por isso, também não há motivo para uma alta na entrada de dólares no país.
Se não fosse a balança comercial, o saldo de saída de capital estrangeiro seria ainda mais negativo. Isso porque o fluxo é dividido em duas partes. Na área financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,901 bilhões em março. Esse fuga de dólares foi parcialmente compensada pela entrada de moeda estrangeira no valor de US$ 3,104 bilhões no comércio exterior (diferença entre exportações e importações).


Texto Anterior: Petróleo: Iraque propõe que Petrobras construa refinaria
Próximo Texto: Crise eleva desigualdade no país, diz FGV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.