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País volta a ter fuga de dólares em março
Depois de saldo positivo em fevereiro, o primeiro em cinco meses, março registra saída de US$ 797 milhões do Brasil
Setor financeiro foi o
principal responsável pelas
perdas; para especialista,
tendência na crise é que
fluxo se mantenha negativo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ficar positivo em
fevereiro, o fluxo de moeda forte para o Brasil voltou ao vermelho em março. Segundo informações divulgadas ontem
pelo Banco Central, as saídas
de dólares superaram os ingressos em US$ 2,9 bilhões no
primeiro trimestre.
Com a exceção de fevereiro, o
fluxo foi negativo em todos os
meses depois da piora da crise
financeira internacional, em
outubro. Neste ano, houve uma
saída líquida de US$ 3,018 bilhões em janeiro, entrada de
US$ 841 milhões em fevereiro e
saída de US$ 797 milhões no
mês de março.
Segundo dados parciais de
abril, até a última sexta-feira já
haviam saído US$ 498 milhões
do mercado brasileiro a mais do
que entraram.
Para especialistas, não há
perspectiva de melhoras -nem
de pioras significativas.
O economista-sênior da Itaú
Corretora, Maurício Oreng,
acredita que até o fim do ano a
tendência é que o fluxo cambial
se mantenha "ligeiramente negativo". Ele afirma que grandes
saídas de dólares, na casa US$ 3
bilhões/mês, como em janeiro,
não devem se repetir.
Segundo Oreng, a desaceleração da economia fará com
que as multinacionais instaladas no Brasil tenham lucros
menores. As remessas de lucros
e dividendos, por consequência, serão menores. Ele acrescenta que os investidores estrangeiros que pretendiam deixar o país também já venderam
suas aplicações.
O Brasil não tem oferecido
grandes atrativos aos investidores estrangeiros, tanto em
Bolsa de Valores quanto em títulos públicos, avalia o economista. Por isso, também não há
motivo para uma alta na entrada de dólares no país.
Se não fosse a balança comercial, o saldo de saída de capital
estrangeiro seria ainda mais
negativo. Isso porque o fluxo é
dividido em duas partes. Na
área financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,901 bilhões em março. Esse fuga de
dólares foi parcialmente compensada pela entrada de moeda
estrangeira no valor de US$
3,104 bilhões no comércio exterior (diferença entre exportações e importações).
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