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British e Iberia criam 5ª maior empresa aérea
Britânica e espanhola oficializam união que forma companhia com tráfego anual de 58 milhões de passageiros
Negócio ainda precisa de
aval da Comissão Europeia,
da Defesa dos países e de
acionistas; empresas têm 29 voos semanais para o Brasil
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
A British Airways e a espanhola Iberia formalizaram ontem sua união e criaram a quinta maior companhia aérea do
mundo, com tráfego anual de
58 milhões de passageiros. O
acordo dá continuidade a um
processo de consolidação do
setor, que coroa uma década de
crise com uma onda de fusões.
Na mesma linha, as americanas United Airlines e US Airways negociam uma união.
A assinatura do contrato pelas duas europeias indica que a
estrutura da transação foi aprovada pelas agências reguladoras após o anúncio em novembro. É necessário ainda o aval
final da Comissão Europeia e
da Defesa dos dois países, além
da aprovação dos acionistas,
prevista para novembro.
Juntas elas terão 408 aviões
na frota e oferecerão 208 destinos, segundo a Iberia. Tornam-se a maior companhia da Europa, à frente da "low-cost" irlandesa RyanAir, da alemã Lufthansa e da Air France, que se
uniu à holandesa KLM.
British e Iberia operam no
Brasil, respectivamente, 10 e 19
voos semanais a partir de Galeão e Cumbica -as rotas têm
escala em Madri e Londres. O
Brasil é o segundo mercado da
Iberia na América Latina.
As empresas não souberam
dizer se os preços dos bilhetes
serão afetados. "A transação é
muito incipiente", disse uma
porta-voz da Iberia à Folha. "A
ideia é que a fusão traga benefícios aos clientes, mas, para garantir o que ocorrerá com as tarifas, é preciso consolidá-la."
A expectativa é que a receita
a partir do quinto ano de operação conjunta chegue a 400
milhões (R$ 960 milhões), diz
o comunicado das empresas, o
que faria do grupo o quarto em
receita.
Sob uma nova holding, chamada Internacional Airlines
Group -com sede em Londres
e Willie Walsh, da British, como presidente-executivo-, as
marcas serão preservadas e
manterão operações distintas,
inclusive com websites independentes para venda de bilhetes, embora eles passem a listar
as opções da empresa-irmã
-como a KLM e a Air France.
"É um passo importante no
processo de criação de uma das
principais companhias aéreas
do mundo, mais bem preparada para participar de futuros
avanços do processo de consolidação do setor", disse em nota
Antonio Vázquez, presidente-executivo da Iberia e futuro diretor do conselho da IAG.
As fusões têm servido como
tática de sobrevivência às grandes companhias aéreas.
O setor está em crise desde
2001, quando a demanda mergulhou afetada pelos atentados
do 11 de Setembro. Na rota da
recuperação, as empresas de
baixo custo ("low-costs") decolaram para tomar boa parte do
mercado das grandes. E, quando o horizonte abria, veio a megaturbulência global.
O setor deve perder neste
ano US$ 2,8 bilhões (R$ 5 bilhões), estima a Iata (associação mundial das empresas).
Apesar do vermelho, é uma
melhora após o prejuízo de
US$ 11 bilhões em 2009.
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