São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2010

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British e Iberia criam 5ª maior empresa aérea

Britânica e espanhola oficializam união que forma companhia com tráfego anual de 58 milhões de passageiros

Negócio ainda precisa de aval da Comissão Europeia, da Defesa dos países e de acionistas; empresas têm 29 voos semanais para o Brasil

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

A British Airways e a espanhola Iberia formalizaram ontem sua união e criaram a quinta maior companhia aérea do mundo, com tráfego anual de 58 milhões de passageiros. O acordo dá continuidade a um processo de consolidação do setor, que coroa uma década de crise com uma onda de fusões.
Na mesma linha, as americanas United Airlines e US Airways negociam uma união.
A assinatura do contrato pelas duas europeias indica que a estrutura da transação foi aprovada pelas agências reguladoras após o anúncio em novembro. É necessário ainda o aval final da Comissão Europeia e da Defesa dos dois países, além da aprovação dos acionistas, prevista para novembro.
Juntas elas terão 408 aviões na frota e oferecerão 208 destinos, segundo a Iberia. Tornam-se a maior companhia da Europa, à frente da "low-cost" irlandesa RyanAir, da alemã Lufthansa e da Air France, que se uniu à holandesa KLM.
British e Iberia operam no Brasil, respectivamente, 10 e 19 voos semanais a partir de Galeão e Cumbica -as rotas têm escala em Madri e Londres. O Brasil é o segundo mercado da Iberia na América Latina.
As empresas não souberam dizer se os preços dos bilhetes serão afetados. "A transação é muito incipiente", disse uma porta-voz da Iberia à Folha. "A ideia é que a fusão traga benefícios aos clientes, mas, para garantir o que ocorrerá com as tarifas, é preciso consolidá-la."
A expectativa é que a receita a partir do quinto ano de operação conjunta chegue a 400 milhões (R$ 960 milhões), diz o comunicado das empresas, o que faria do grupo o quarto em receita.
Sob uma nova holding, chamada Internacional Airlines Group -com sede em Londres e Willie Walsh, da British, como presidente-executivo-, as marcas serão preservadas e manterão operações distintas, inclusive com websites independentes para venda de bilhetes, embora eles passem a listar as opções da empresa-irmã -como a KLM e a Air France.
"É um passo importante no processo de criação de uma das principais companhias aéreas do mundo, mais bem preparada para participar de futuros avanços do processo de consolidação do setor", disse em nota Antonio Vázquez, presidente-executivo da Iberia e futuro diretor do conselho da IAG.
As fusões têm servido como tática de sobrevivência às grandes companhias aéreas.
O setor está em crise desde 2001, quando a demanda mergulhou afetada pelos atentados do 11 de Setembro. Na rota da recuperação, as empresas de baixo custo ("low-costs") decolaram para tomar boa parte do mercado das grandes. E, quando o horizonte abria, veio a megaturbulência global.
O setor deve perder neste ano US$ 2,8 bilhões (R$ 5 bilhões), estima a Iata (associação mundial das empresas). Apesar do vermelho, é uma melhora após o prejuízo de US$ 11 bilhões em 2009.


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