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PROTECIONISMO
Bush apóia "farm bill"
Senado dos EUA aprova aumento em subsídios
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O Senado norte-americano
aprovou ontem a versão final de
uma nova lei agrícola (a chamada
"farm bill") que propõe aumentar
em US$ 5,6 bilhões por ano o patamar atual dos subsídios dados
pelo governo aos produtores rurais do país.
O projeto já foi aprovado na Câmara e segue hoje para a Casa
Branca. O presidente George W.
Bush, que opunha-se à concessão
de novos subsídios aos agricultores norte-americanos quando assumiu o cargo, em 2001, declarou
que irá sancioná-lo.
Antes mesmo de virar lei, o texto da nova "farm bill" tem sido
bombardeado pela União Européia e por países em desenvolvimento com grande produção
agrícola, como o Brasil.
A UE alega que a nova lei estoura os tetos anuais de subsídios
permitidos pelas regras da OMC
(Organização Mundial do Comércio). O Brasil sustenta que os
EUA estão escalando sua onda
protecionista e limitando ainda
mais as exportações brasileiras de
produtos como soja.
Os EUA negam que estejam violando as regras da OMC e ainda
encontram espaço para reafirmar
seu compromisso com a liberalização do comércio mundial. A divergência a respeito dos limites da
OMC decorre do fato de que várias garantias da nova lei são definidas pela UE como subsídios e,
pela Casa Branca, como pagamentos isentos dos limites internacionais.
A Casa Branca diz ainda que um
dos artigos da nova lei prevê a redução do valor dos subsídios toda
vez que os subsídios atingirem os
tetos da OMC ou na eventualidade de os Estados Unidos assinarem um novo acordo de comércio
mundial.
O valor total da nova "farm bill"
é de US$ 410 bilhões, distribuídos
em subsídios, programas alimentares e ecológicos nos próximos
dez anos. Os novos subsídios são
de US$ 196 bilhões, distribuídos
nos próximos dez anos.
Como a lei anterior já garantia
cerca de US$ 14 bilhões anuais aos
agricultores (ou US$ 140 bilhões,
se fosse estendida nos próximos
dez anos), calcula-se que a ajuda
adicional chegue a US$ 5,6 bilhões anuais (ou US$ 56 bilhões
na próxima década).
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