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Lula diz que Besc vai ser comprado pelo BB
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ (SC)
Em evento ontem na região
metropolitana de Florianópolis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Besc
(Banco do Estado de Santa Catarina) será comprado pelo
Banco do Brasil e prometeu
manter o nome da instituição.
"Nós já decidimos que não
vamos privatizar o Besc. Nós
vamos fazer uma coisa que eu
acho mais importante. O Banco
do Brasil vai comprar o Besc.
Ele vai fazer parte da rede do
Banco do Brasil e vai ficar com
o nome de Besc mesmo, porque
não precisa mudar", disse Lula,
diante do presidente do banco
estadual, Eurides Mescolotto.
Lula falou sobre a compra do
Besc pelo BB em evento na sede
dos Correios de São José. De
improviso, disse que o Besc pode se transformar numa "extensão" do BB. "[O Besc] poderá ser uma extensão do Banco
do Brasil e ficar com as agências, porque nós também queremos provar que a existência
de bancos públicos estaduais,
bem administrados, é um benefício", afirmou Lula, para
aplausos dos presentes, entre
os quais políticos locais.
Lula fez um discurso numa
linha antiprivatização de estatais, citando BB, Correios e Caixa Econômica Federal como
exemplos bem-sucedidos na
esfera federal. E acusou os bancos estaduais de serem caixa de
campanhas eleitorais e sede para cabides de emprego.
"O que aconteceu no Brasil?
Em vários Estados os bancos
não foram bem administrados,
aliás, em vários Estados era pelos bancos estaduais que se financiava campanha eleitoral,
por onde se criavam centenas
de empregos, pessoas que só
colocavam o paletó e nunca
compareciam. E nós queremos
provar que os bancos estaduais
bem administrados, bem gerenciados, são um extraordinário ponto para o desenvolvimento de qualquer Estado brasileiro", afirmou.
Entre os investigados no recente escândalo do dossiê contra políticos tucanos, dois deles
eram ligados a instituições financeiras: Expedito Veloso,
funcionário de carreira do Banco do Brasil, e Jorge Lorenzetti,
que até ingressar no comitê de
campanha à reeleição de Lula
integrava a diretoria do Besc.
Eles sempre negaram envolvimento na captação de dinheiro
para a compra do dossiê.
As ações dos bancos tiveram
uma resposta positiva dos investidores à notícia. A ação ON
(ordinária) do Banco do Brasil
subiu 4,41%. Já as ações preferenciais "B" do Besc dispararam 34,02% na Bovespa.
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