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"Nova" Eletrobrás poderá construir usina no Peru
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O Peru será o primeiro país
com quem a Eletrobrás negociará a expansão de suas atividades no exterior, informou
ontem o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que participou da primeira reunião do
Conselho Energético da América do Sul.
"Vamos ter uma conversa para a tentativa de construção de
uma ou mais hidrelétricas no
Peru por meio do sistema Eletrobrás e, possivelmente, importação da energia deles", disse Lobão, durante intervalo do
encontro, realizado na sede da
estatal PDVSA, em Caracas.
De acordo com Lobão, a internacionalização da empresa é
uma das novidades da "nova"
Eletrobrás, que no início de
abril ganhou poderes, via lei,
para atuar no exterior. O ministro diz que a prioridade da empresa será a América do Sul,
"mas poderemos contribuir
com irmãos da África também".
Lobão e ministros e representantes de outros 11 países da
região se reuniram em Caracas
para discutir a integração regional energética, como parte
dos preparatórios para a cúpula
da Unasul (União das Nações
Sul-Americanas), marcada para o final deste mês, no Brasil.
A cúpula seria inicialmente
realizada neste mês na cidade
de Cartagena (Colômbia), mas
a crise envolvendo o país-sede,
o Equador e a Venezuela provocou vários adiamentos até a
mudança de sede.
Os jornalistas só tiveram
acesso à fala de abertura, do ministro da Energia venezuelano,
Rafael Ramírez. Após seu discurso, em que elogiava as iniciativas da Venezuela para a integração energética, só as comitivas ficaram no salão, e a transmissão via TV foi interrompida.
Segundo participantes presentes à discussão, Lobão teve
de defender os biocombustíveis das críticas feitas pela comitiva boliviana, para quem o
álcool representa uma "ameaça" à segurança alimentar.
No início da noite, os chefes
das comitivas seriam recebidos
pelo presidente Hugo Chávez,
para a divulgação de um documento sobre o encontro.
Durante o encontro, chamou
a atenção a presença do novo
ministro da Economia argentino, Carlos Fernández, para negociar com a Venezuela a venda
de títulos da dívida -Chávez
comprou cerca de US$ 5 bilhões nos últimos cinco anos.
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