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Com real mais forte, preço de viagens e importados deve ficar mais favorável
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a valorização do real,
importadoras e operadoras de
turismo preveem preços mais
favoráveis ao consumidor,
mas afirmam que o novo patamar do câmbio será repassado
lentamente para alguns produtos, especialmente eletrônicos, pois ainda há empresas
com estoque elevado.
Segundo a Braztoa, associação que representa operadoras de turismo, os preços estão muito mais baixos do que
em dezembro, quando o dólar
atingiu R$ 2,50. Ontem, a
moeda fechou em R$ 2,06.
Para a associação, as promoções de hotéis e companhias aéreas para compensar
a fuga dos turistas dos EUA e
da Europa fizeram com que os
preços abaixassem mesmo
em dólar. Um pacote de viagem para a Argentina, segundo a associação, custava cerca
de US$ 600 em setembro e
hoje sai a partir de US$ 450.
"As reservas novas no Brasil
e no mundo cresceram 5% em
março ante março do ano passado. Isso foi resultado também das promoções no mundo todo", diz Eduardo Barbosa, presidente da associação.
Os preços dos vinhos também caíram, segundo a importadora Mistral. A companhia adota a cotação do dia como referência para os negócios e o presidente Ciro Lilla
diz que o efeito da oscilação é
automático. "Os vinhos estão
mais baratos do que há um ou
dois meses e mais caros do
que há seis ou oito meses,
quando o dólar era R$ 1,60."
Gastão Matos, consultor da
Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, diz que a valorização do real não deve chegar ao consumidor imediatamente. Antes de mudarem os
preços, grandes magazines
devem eliminar os estoques.
O presidente da Abras (associação que representa os supermercados), Sussumu Honda, concorda que a oscilação
do câmbio não chegará ao
consumidor a curto prazo.
Ele explica que os contratos
de importação, geralmente,
adotam uma cotação média
do dólar durante determinado
período, o que elimina as distorções causadas pelos picos.
"Assim como não houve repasse total da alta do dólar para o consumidor, provavelmente não haverá agora o repasse total da queda da moeda", afirma Honda.
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