São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Com real mais forte, preço de viagens e importados deve ficar mais favorável

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a valorização do real, importadoras e operadoras de turismo preveem preços mais favoráveis ao consumidor, mas afirmam que o novo patamar do câmbio será repassado lentamente para alguns produtos, especialmente eletrônicos, pois ainda há empresas com estoque elevado.
Segundo a Braztoa, associação que representa operadoras de turismo, os preços estão muito mais baixos do que em dezembro, quando o dólar atingiu R$ 2,50. Ontem, a moeda fechou em R$ 2,06.
Para a associação, as promoções de hotéis e companhias aéreas para compensar a fuga dos turistas dos EUA e da Europa fizeram com que os preços abaixassem mesmo em dólar. Um pacote de viagem para a Argentina, segundo a associação, custava cerca de US$ 600 em setembro e hoje sai a partir de US$ 450.
"As reservas novas no Brasil e no mundo cresceram 5% em março ante março do ano passado. Isso foi resultado também das promoções no mundo todo", diz Eduardo Barbosa, presidente da associação.
Os preços dos vinhos também caíram, segundo a importadora Mistral. A companhia adota a cotação do dia como referência para os negócios e o presidente Ciro Lilla diz que o efeito da oscilação é automático. "Os vinhos estão mais baratos do que há um ou dois meses e mais caros do que há seis ou oito meses, quando o dólar era R$ 1,60."
Gastão Matos, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, diz que a valorização do real não deve chegar ao consumidor imediatamente. Antes de mudarem os preços, grandes magazines devem eliminar os estoques.
O presidente da Abras (associação que representa os supermercados), Sussumu Honda, concorda que a oscilação do câmbio não chegará ao consumidor a curto prazo.
Ele explica que os contratos de importação, geralmente, adotam uma cotação média do dólar durante determinado período, o que elimina as distorções causadas pelos picos. "Assim como não houve repasse total da alta do dólar para o consumidor, provavelmente não haverá agora o repasse total da queda da moeda", afirma Honda.


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