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Indicadores apontam nova baixa da indústria em abril
Após recuar 10% em março, ante 2008, setor industrial deve cair 13% em abril
Redução na produção de veículos, na demanda de energia e no transporte de cargas indica queda anual maior que a vista em março
VINICIUS TORRES FREIRE
COLUNISTA DA FOLHA
A atividade industrial deve
ter recuado ainda mais em
abril, se os dados forem comparados com o mesmo mês de
2008. Os indícios de nova queda forte da produção da indústrias apareceram em números
divulgados até ontem sobre
produção de veículos, carga de
energia elétrica e tráfego de
veículos pesados referentes a
abril (vide gráfico). Tais números permitem, normalmente,
antecipar com alguma precisão
o dado oficial da produção industrial, calculado pelo IBGE.
Estimativa preliminar produzida pela Folha indica que a
produção industrial de abril
deve ter recuado em torno de
13% (ante abril de 2008). Marcela Prada, da consultoria Tendências, estima também preliminarmente uma queda de
14%. Mas, por ora, acredita que,
em relação a março passado,
em abril a indústria pode ter
crescido entre 1,5% e 2%. Ainda assim, sua consultoria estima que a indústria terá encolhido 5% ao final de 2009.
Em março, segundo o indicador produzido pelo IBGE, a indústria brasileira cresceu 0,7%
sobre fevereiro, depois de altas
de 1,9% em fevereiro e 2,1% em
janeiro, sempre em relação ao
mês anterior. Ou seja, o ritmo
de recuperação em relação à
queda brusca de 12,7% de dezembro vinha sendo cada vez
mais fraco. Em relação a março
de 2008, a queda foi de 10%.
Os indicadores mais recentes
do ânimo na indústria são os da
Sondagem Industrial da Fundação Getulio Vargas. Um deles, a percepção do nível adequado de estoques, melhorou
em abril, mas ainda estava em
valor compatível com uma atividade industrial muito fraca.
Em março, quando atingiu o
pior nível em quase seis anos,
equivalia aos valores registrados na crise de 2001 (apagão,
crise argentina, atentados terroristas, recessão nos EUA) e
em meados de 2003, quando a
economia estagnou devido aos
choques de 2002 (desvalorização do real, fuga de capitas,
eleição de Lula).
O nível ainda alto de estoques e a conclusão dos investimentos projetados antes da
crise devem reduzir bastante
as novas despesas em capital,
puxando a indústria para baixo. O faturamento real da indústria de máquinas e equipamentos caiu 25% no primeiro
trimestre de 2009 (ante 2008),
segundo a Abimaq (Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas). O resultado de março
foi 30% inferior à média registrada em 2008.
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