São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Indicadores apontam nova baixa da indústria em abril

Após recuar 10% em março, ante 2008, setor industrial deve cair 13% em abril

Redução na produção de veículos, na demanda de energia e no transporte de cargas indica queda anual maior que a vista em março


VINICIUS TORRES FREIRE
COLUNISTA DA FOLHA

A atividade industrial deve ter recuado ainda mais em abril, se os dados forem comparados com o mesmo mês de 2008. Os indícios de nova queda forte da produção da indústrias apareceram em números divulgados até ontem sobre produção de veículos, carga de energia elétrica e tráfego de veículos pesados referentes a abril (vide gráfico). Tais números permitem, normalmente, antecipar com alguma precisão o dado oficial da produção industrial, calculado pelo IBGE.
Estimativa preliminar produzida pela Folha indica que a produção industrial de abril deve ter recuado em torno de 13% (ante abril de 2008). Marcela Prada, da consultoria Tendências, estima também preliminarmente uma queda de 14%. Mas, por ora, acredita que, em relação a março passado, em abril a indústria pode ter crescido entre 1,5% e 2%. Ainda assim, sua consultoria estima que a indústria terá encolhido 5% ao final de 2009.
Em março, segundo o indicador produzido pelo IBGE, a indústria brasileira cresceu 0,7% sobre fevereiro, depois de altas de 1,9% em fevereiro e 2,1% em janeiro, sempre em relação ao mês anterior. Ou seja, o ritmo de recuperação em relação à queda brusca de 12,7% de dezembro vinha sendo cada vez mais fraco. Em relação a março de 2008, a queda foi de 10%.
Os indicadores mais recentes do ânimo na indústria são os da Sondagem Industrial da Fundação Getulio Vargas. Um deles, a percepção do nível adequado de estoques, melhorou em abril, mas ainda estava em valor compatível com uma atividade industrial muito fraca.
Em março, quando atingiu o pior nível em quase seis anos, equivalia aos valores registrados na crise de 2001 (apagão, crise argentina, atentados terroristas, recessão nos EUA) e em meados de 2003, quando a economia estagnou devido aos choques de 2002 (desvalorização do real, fuga de capitas, eleição de Lula).
O nível ainda alto de estoques e a conclusão dos investimentos projetados antes da crise devem reduzir bastante as novas despesas em capital, puxando a indústria para baixo. O faturamento real da indústria de máquinas e equipamentos caiu 25% no primeiro trimestre de 2009 (ante 2008), segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas). O resultado de março foi 30% inferior à média registrada em 2008.


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