São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Cai o ritmo de demissões nos EUA

Taxa de desemprego chega a 8,9% no país; economia americana corta 539 mil empregos em abril

Contingente de novos desempregados no setor privado fica abaixo da previsão de especialistas; indústrias demitem mais


Spencer Platt/Getty Images/France Presse
Em Nova York, candidatos esperam para inscrição em feira de empregos na área médica; houve 5,7 milhões de demissões nos Estados Unidos na atual recessão

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O setor privado nos Estados Unidos demitiu mais 539 mil pessoas em abril, elevando o nível de desemprego no país de 8,5% para 8,9%, o maior percentual desde setembro de 1983. Nas revisões dos dados de fevereiro e março, mais 66 mil desempregados entraram para as estatísticas de demitidos.
O número de abril foi considerado "bom", já que 699 mil haviam perdido seus empregos em março (e 681 mil em fevereiro). Mas, desde o início da atual recessão, em dezembro de 2007, 5,7 milhões de pessoas foram demitidas no país.
Embora os números de abril possam ser interpretados como uma diminuição do ritmo de desaceleração da economia, isso se dá somente na comparação com os meses mais recentes. Diante das demissões em meados do ano passado, são ainda extremamente elevados. Desde outubro de 2008, não havia tantas demissões nos EUA como em abril.
Entre os demitidos, 149 mil perderam seus empregos no setor industrial, 122 mil na área de serviços e 110 mil nos segmentos ligados à construção.
Pesquisa conduzida pela agência de notícias Bloomberg mostra que, na média, economistas nos EUA esperam uma alta no nível de desemprego para 9,5% ao final de 2009.
Em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou: "Os resultados negativos de nossa economia parecem estar sendo revertidos. Passo a passo, começamos a ver alguns progressos", disse.
Embora o nível médio de desemprego tenha ficado em 8,9%, ele alcança 15% entre os negros e 21,5% entre os mais jovens. Entre os homens adultos, a taxa é de 9,4%.
O fato reflete uma demanda maior por profissionais mulheres, normalmente voltadas às áreas de saúde e educação, financiadas pelo Estado.
Os números, porém, não incluem milhões de pessoas em trabalhos precários ou trabalhando em regime de "part-time" (menos horas).

Nível sobe
Quando as estatísticas agregam essas pessoas que gostariam de ter empregos melhores, mas que não estão no mercado procurando vagas, o nível de desemprego sobe a 15,8%. Há um ano, ele era de 9,2%.
"O resultado mostra que a desaceleração da economia está chegando ao fundo do poço", afirma Pierre Ellis, da consultoria Decision Economics.
Segundo algumas estimativas, a redução no ritmo de demissões tende a se consolidar no segundo semestre de 2009. "O mercado de trabalho talvez já tenha passado pelo pior nos últimos meses, e alguma recuperação deve começar a ocorrer em meados do segundo semestre", diz Chris Rupkey, economista do Bank of Tokyo/ Mitsubishi em Nova York.
Nesta semana, empresas como a DuPont e a Microsoft anunciaram que mais demissões serão necessárias.
Na contramão, o governo dos EUA informou que contratará cerca de 60 mil pessoas para participar de um novo censo demográfico no país, previsto para o próximo ano.


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