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Especialistas negam perda com ofensiva asiática
DA AGÊNCIA FOLHA
A investida de empresas
orientais em agricultura não
tem como foco apenas o Brasil.
Japoneses, sul-coreanos e
chineses já compraram ou planejam comprar terras na América do Sul, na África e em regiões da própria Ásia com o objetivo de plantar soja, milho e
outros produtos.
Desde 2003, uma empresa
japonesa possui 1.250 hectares
de terras na Argentina, onde
produz soja e milho, que são exportados para o Japão. Todos
os funcionários são japoneses.
Na África, a presença de chineses em investimentos semelhantes já foi caracterizada por
especialistas como "neocolonialismo" e é alvo de preocupações da FAO (Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Para Jacques Diouf, diretor-geral da organização, é preciso evitar que
esses negócios prejudiquem as
populações locais.
Para especialistas, porém, esse tipo de problema não deve
acontecer no Brasil.
André Cunha, doutor em
economia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirma que a penetração
de estrangeiros é mais fácil
quando o Estado é pouco estruturado, o que não é o caso do
Brasil.
Na opinião de Paulo Vizentini, professor de relações internacionais da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), o Brasil pode até se beneficiar desse tipo de investimento,
já que possui muita área agricultável ociosa.
Agronegócio
O alto nível de organização
do agronegócio brasileiro também pode barrar a entrada de
estrangeiros no ramo. O secretário de Agricultura de Goiás,
Leonardo Veloso, diz que chineses demostraram interesse
em adquirir terras no Estado,
mas se "assustaram" com o desenvolvimento tecnológico.
Uma das opções à compra de
terra tem sido a formação de
parcerias com brasileiros, afirma o presidente da Apex (Associação Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos), Alessandro Teixeira.
O problema de adquirir terras, diz, é que a produção agrícola chinesa é diferente da brasileira, desde o tipo de culturas
e de terra até a tecnologia de
cultivo, o que dificulta a gestão
do negócio.
(EHC e LB)
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