RICHARD MILNE
DO "FINANCIAL TIMES"

Não é fácil encontrar um possível lado positivo na sombra muito escura da crise da dívida grega. Nos conselhos de direção de empresas europeias, cresce o receio de que a crise possa contagiar a Espanha e a Itália.
De repente a declaração feita em março por Bodo Uebber, o executivo financeiro chefe da Daimler, de que a Grécia representava a maior ameaça aos lucros da montadora alemã, não está parecendo tão despropositada assim.
Mas as dificuldades enfrentadas na zona do euro estão começando a exercer um efeito positivo em uma área, mesmo que o efeito mostre ser apenas de curto prazo: o euro enfraquecido está dando uma injeção de ânimo ao setor industrial.
Muitos exportadores estão perto de viver uma recuperação em formato de V, algo que, alguns meses atrás, nem sequer eles estavam prevendo. O euro forte -a moeda chegou a US$ 1,60- deixou as empresas da Europa mais em forma, de modo que agora, quando ele caiu para US$ 1,28, está dando um incentivo aos exportadores. No mês passado as empresas manufatureiras alemãs elevaram sua produção no ritmo mais acelerado desde 1996.


Texto Anterior: Análise: Pacote para Grécia é chance desperdiçada
Próximo Texto: Diversão em alta
Índice