São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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Protesto paralisa refinarias no país

DA AGÊNCIA FOLHA

A greve de 24 horas deflagrada ontem pelos petroleiros atingiu as principais refinarias e terminais do país. A ação foi orientada pela FUP (Federação Única dos Trabalhadores), que determinou a paralisação dos funcionários da Petrobras a partir da 0h de ontem.
A categoria reivindica que a empresa cumpra o acordo de trabalho assinado em novembro passado, em que estavam previstas negociações de plano de cargos e salários, a previdência privada dos funcionários e a participação nos lucros e resultados.
A adesão foi de 80% do pessoal do setor operacional e de 70% dos trabalhadores da área administrativa das unidades da Petrobras no litoral paulista, segundo o sindicato da categoria.
Pela manhã, houve corte da rendição do turno na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e nos terminais marítimos da Alemoa (Santos), de Pilões (Cubatão) e de São Sebastião. A Petrobras possui 1.300 funcionários no litoral de São Paulo.
No Rio Grande do Sul, os funcionários da refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, paralisaram suas atividades às 7h30.
Não houve troca de turno nas refinarias nem nos terminais de distribuição. Segundo o presidente do sindicato dos petroleiros do Estado, Dary Beck Filho, não haveria problemas de abastecimento, pois os estoques são suficientes para 24 horas.
Os funcionários da Petrobras no Espírito Santo também paralisaram as atividades. Segundo o sindicato, cerca de 50% dos trabalhadores de Vitória, responsáveis pelo departamento administrativo, aderiram ao movimento.
No norte do Estado, segundo o sindicato, praticamente 100% dos petroleiros que trabalham em campo suspenderam as atividades. A Petrobras tem cerca de 800 petroleiros atuando no Espírito Santo, e a produção diária de petróleo no Estado está estimada em 100 mil barris/dia.
Os petroleiros que trabalham na Bahia aproveitaram a paralisação nacional para fazer dois protestos. Pela manhã, a categoria organizou piquetes em frente às principais unidades da Petrobras no Estado -a refinaria Landulpho Alves e o prédio administrativo da empresa, em Salvador.
À tarde, os petroleiros fizeram mais uma manifestação, em Mataripe (região metropolitana de Salvador). Segundo a categoria, a greve teve a participação de 80% dos petroleiros que trabalham no Estado. A Petrobras informou que a paralisação foi parcial.
Os cerca de 37 mil funcionários da Petrobras ameaçam entrar em greve a partir de 5 julho. A paralisação, que deve durar cinco dias, dará continuidade ao movimento iniciado ontem. (TIAGO ORNAGHI, FAUSTO SIQUEIRA E LUIZ FRANCISCO)


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