São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2005

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FINANCIAMENTO

Serão liberados R$ 400 mi nos próximos dias e R$ 600 mi no segundo semestre; produtores pediam R$ 2,4 bi

Governo dará mais R$ 1 bi a agricultores

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Líderes agrícolas se reuniram ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir medidas emergenciais de ajuda ao setor. Após a reunião, Lula concordou em liberar mais R$ 1 bilhão para financiar a compra do excedente de produção (principalmente de arroz e algodão) e tentar manter o preço dos produtos.
Além disso, ficou acertado que o Banco do Brasil adiará a cobrança da parcela, que venceria neste mês, dos empréstimos para custeio da safra 2004/5 de arroz.
O dinheiro para financiar a comercialização será liberado em duas parcelas: R$ 400 milhões nos próximos dias e R$ 600 milhões ao longo do segundo semestre. Os agricultores pediam mais: R$ 2,4 bilhões para a compra de estoques reguladores.
Além do dinheiro para financiar a comercialização, a lista de pedidos incluía a prorrogação dos financiamentos bancários dos empréstimos de custeio (para a compra de sementes e adubo) e investimento (compra de máquinas), linha de crédito para refinanciar dívidas com fornecedores de insumos e máquinas e a suspensão das importações de arroz, trigo e milho da Argentina e do Uruguai.
Após a reunião, os agricultores se mostravam otimistas. "O presidente se mostrou não só receptivo, mas também demonstrou interesse muito grande em estabelecer uma relação mais próxima com os produtores", disse Carlos Rivaci Sperotto, presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
Sperotto estima entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões o total a ser renegociado. Em março, o Conselho Monetário Nacional autorizou a prorrogação de R$ 2,62 bilhões de dívidas de produtores de algodão, arroz, milho, trigo e soja.

Renegociação de R$ 12,3 bi
A bancada ruralista na Câmara dos Deputados apresentou ontem projeto para a renegociação, com subsídios federais, de dívidas de R$ 12,3 bilhões de produtores. A operação incluiria dívidas vencidas e a vencer até este ano.
A renegociação ampla -seria a terceira desde o Plano Real, lançado em 1994- é apoiada pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e rejeitada pelo da Fazenda, Antonio Palocci Filho.


Colaborou Gustavo Patu, da Sucursal de Brasília


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