São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2009

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Brasil piora, enquanto cenário global evolui, afirma OCDE

DA REDAÇÃO

Na contramão da maior parte das grandes economias mundiais, que começam a dar sinais de que o pior já passou, a situação no Brasil continuou a se deteriorar fortemente, de acordo com levantamento mensal da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O cenário econômico para o Brasil piorou em abril, de acordo com a OCDE, que afirma que o país está em forte desaceleração. Já os países do G7 (grupo que reúne sete das maiores economias globais), a China e a Índia dão sinais de melhora, ainda que em estágios diferentes -com alguns deles, como a Itália e França, se aproximando de um ciclo de crescimento.
Segundo o estudo com 33 países, só Brasil, Rússia, Austrália e Suécia apresentam uma forte deterioração do seu cenário de ciclo econômico.
O cenário brasileiro está, portanto, bem distante do apresentado em julho de 2008, quando o país era o único que se encontrava com perspectivas de crescimento. Mesmo nos meses seguintes, quando a economia do país, para a OCDE, começou a se desacelerar, a situação era menos negativa que a da maioria. Mas, especialmente de janeiro para cá, o cenário começou a se deteriorar.
A situação brasileira contrasta com as dos países desenvolvidos, que começam a apresentar "brotos verdes", como têm sido chamados nos últimos meses os primeiros sinais de recuperação econômica. Mesmo a Alemanha, que enfrenta a pior recessão desde a reunificação, em 1990 e que está com o seu principal motor, o setor exportador, travado devido à falta de demanda mundial, começa a melhorar, segundo a OCDE.
Porém, a entidade que reúne 30 das principais economias mundiais alerta que ainda é cedo para dizer se a queda no ritmo de deterioração econômica é algo temporário ou um ponto de inflexão mais duradouro, o que significaria que os países estão caminhando para retomar o crescimento.
Para chegar a essa previsão, a OCDE usou os chamados indicadores antecedentes, que são vários dados dos países aglutinados para "tentar indicar momentos de mudanças na atividade econômica com aproximadamente seis meses de antecedência". Ele é, por isso, considerado um termômetro para as economias dos países.
No caso brasileiro, são usados dados como produção industrial e exportações.


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