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Conselho aprova mudança no setor aéreo
Proposta prevê participação de capital estrangeiro em até 49%; Congresso terá de aprovar medidas
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O Conac (Conselho Nacional
de Aviação Civil), formado por
sete ministérios, a Aeronáutica
e três órgãos ligados ao setor,
aprovou ontem o texto de um
projeto de lei que determina
duas mudanças importantes
para as empresas aéreas: aumenta o limite de participação
do capital estrangeiro de 20%
para 49% e troca o regime de
concessão para autorização.
A proposta segue agora para
a Casa Civil, que faz parte do
Conac, e depois para o Congresso Nacional. A votação de
projetos de lei é por maioria
simples, metade mais um dos
presentes às sessões das duas
Casas, Câmara e Senado.
Há um consenso favorável,
inclusive das empresas aéreas e
agora da Aeronáutica, de que o
aumento do capital estrangeiro
injete novos investimentos e
dinamize o setor. Trata-se, inclusive, de antiga reivindicação
do Snea (Sindicato Nacional
das Empresas Aéreas).
Já a troca de concessão por
autorização poderá enfrentar
resistências. De um lado, há
pontos favoráveis às empresas,
como a redução dos ritos burocráticos para a abertura de novas bandeiras ou para a obtenção de financiamentos.
De outro, cria uma "blindagem" da União, pois atualmente, com a concessão, as empresas podem requerer ressarcimento público em caso de
"quebra de equilíbrio econômico-financeiro do contrato".
Há precedentes. A extinta
Transbrasil e a Varig entraram
na Justiça reivindicando milhões de reais como compensação a alegadas perdas com planos econômicos das décadas
passadas. No primeiro caso,
houve acordo. No segundo, a
ação se arrasta há anos.
O secretário-geral do Conselho do Snea, Anchieta Élcias,
apoia as duas medidas, mas
com uma ressalva: "O Snea
aprova os 49% de capital estrangeiro e o novo regime, desde que assegurada a liberdade
tarifária vigente. Senão, nenhum estrangeiro vem investir
no Brasil".
As duas maiores empresas
aéreas brasileiras, TAM e Gol,
abriram capital e têm ações nas
Bolsas de São Paulo e de Nova
York. A Ocean Air já é do mesmo grupo proprietário da
Avianca, da Colômbia. A Trip
tem um cronograma crescente
de injeção de capital da
Skymaster, que é a maior empresa do setor de aviação regional dos Estados Unidos. E a
Azul, cujo dono é brasileiro,
mas com dupla nacionalidade,
também está pronta para receber financiamento externo.
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