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ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA
PF acusa 44 pessoas de fraude em licitações nas Docas do PA
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal indiciou
44 pessoas acusadas de fraudar licitações na Companhia
Docas do Pará (CDP), que
administra os portos no Estado. O juiz Rubens Rollo
D'Oliveira, da 3ª Vara Federal, determinou que o inquérito seja remetido ao Ministério Público Federal, que
poderá pedir novas diligências ou oferecer a denúncia.
De acordo com o relatório
da PF, os desvios de recursos
públicos ultrapassam R$ 42
milhões. Os valores tiveram
base em dados colhidos por
auditoria feita pela Controladoria Geral da União.
Entre os indiciados estão o
ex-senador e presidente do
PSB no Pará, Ademir Andrade (presidente da companhia
entre 2003 e 2006), o vereador Cássio Andrade (PSB) e
vários ex-dirigentes da Companhia Docas do Pará. Eles
negam as acusações.
Em 25 de abril deste ano, a
PF prendeu, em uma operação chamada Galiléia, 18 pessoas acusadas de participar
de uma organização criminosa na CDP.
Os indiciados responderão, entre outras acusações,
pelos crimes de formação de
quadrilha, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva
e prevaricação. Também responderão pela quebra de vários dispositivos da lei de licitações, sobretudo relativos a
procedimentos dispensados
irregularmente em processos licitatórios ou adotados
para fraudar a competitividade entre empresas prestadoras de serviços à CDP.
Outro lado
O ex-senador Ademir Andrade afirmou que o relatório do inquérito é "inexpressivo". Para Andrade, que é
candidato a deputado federal, a acusação de desvio de
R$ 45 milhões da CDP é
"mentirosa e sem fundamento". "Seria impossível
desviar esse valor da CDP.
Quem tem um mínimo de
entendimento sabe disso",
disse. Em abril, Andrade ficou quatro dias preso na carceragem da PF em Belém.
"Acho que isso não vai me
prejudicar nas eleições. Tentei ser candidato ao governo
do Estado, só não fui porque
o PT queria lançar candidato
e não nos apoiou", afirmou.
Vereador em Belém e candidato a deputado estadual,
Cássio Andrade, que é filho
do ex-senador, disse que ficou surpreso ao ver seu nome entre os indiciados. "Estão me acusando de peculato, e nunca fui funcionário da
CDP. Acho que o Ministério
Público não apresentará a
denúncia."
A PF iniciou a investigação
policial para apurar as irregularidades na CDP em dezembro de 2005.
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