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Brasil decide manter ação anti-subsídio americano
Decisão é da Camex; processo envolve incentivos aos produtores de algodão
Se ganhar direito de retaliar,
Brasil calcula em US$ 4 bi
o valor que poderá cobrar
em tarifas adicionais nas importações dos EUA
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Camex (Câmara de Comércio Exterior) aprovou a continuidade do processo movido
pelo Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio)
contra os subsídios dos EUA
aos produtores de algodão.
O Ministério das Relações
Exteriores calcula em US$ 4 bilhões o valor que o Brasil poderá cobrar em tarifas adicionais
nas importações de produtos
americanos, caso ganhe na
OMC o direito de aplicar retaliações comerciais.
O valor, porém, será fixado
pela OMC, o que não vai ocorrer antes da conclusão do próximo processo, que deve levar
cerca de um ano. O que a Camex aprovou ontem foi pedir
em 1º de setembro que o Órgão
de Solução de Controvérsias da
OMC verifique se os EUA implementaram as mudanças nos
subsídios, determinadas pela
OMC quando o Brasil ganhou o
processo, em março de 2005.
Os americanos tinham até
setembro de 2005 para retirar
os subsídios condenados e, segundo o Itamaraty, não acabaram com todos os programas
de ajuda aos agricultores, mas
apenas com parte deles. Se a
OMC confirmar que os EUA
não retiraram os subsídios, o
Brasil poderá confirmar o pedido de retaliação, o que não vai
ocorrer antes do fim do ano.
"O problema é que retaliar
significa aplicar tarifas adicionais à importação de produtos
americanos, o que pode ser um
tiro no pé. Muito do que importamos dos EUA são produtos
importantes para a indústria
brasileira, e não supérfluos",
disse o secretário-executivo da
Camex, Mário Mugnaini.
A Camex também confirmou
para 9 de setembro, no Rio, a
reunião do G20 (grupo de países exportadores de produtos
agrícolas) convocada pelo ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim. O diretor-geral
da OMC, Pascal Lamy, também
vai participar do encontro, que
pretende retomar as negociações da Rodada Doha.
Também foi fixada para setembro, ainda sem dia confirmado, em Brasília, a retomada
das negociações para o acordo
de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia.
Trigo
A Camex também manteve a
tarifa de importação de trigo de
países de fora do Mercosul em
12%, ao não incluir o cereal na
lista de exceções às tarifas comuns do bloco.
A Abitrigo, associação que representa os moinhos, havia reivindicado ao governo que incluísse o trigo na lista de exceções à Tarifa Externa Comum.
O pedido foi motivado pela
quebra da safra nacional e pela
expectativa de oferta mais reduzida na Argentina.
Com a Reuters
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