São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Brasil deve conter demanda interna, diz FMI

DA REDAÇÃO DA FOLHA ONLINE

O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que o Brasil deve conter o crescimento da demanda interna, já que o aumento das pressões inflacionárias no país é superior ao efeito do choque global nos preços das commodities (como petróleo e alimentos).
"Conter a demanda doméstica logo no começo vai aumentar a credibilidade da política [monetária] e elevar o grau de flexibilidade para responder a um possível crescimento da deterioração do ambiente global", afirmou o Fundo em comunicado divulgado ontem.
O FMI elogiou a decisão do Banco Central de aumentar, no final do mês passado, a taxa de juros básica de 12,25% para 13%. Segundo a entidade, "a ação rápida e decisiva é importante para reduzir o momentum inflacionário e evitar, mais adiante, um aperto mais forte e prolongado".
Nos 12 meses até junho deste ano, os preços no país subiram 6,1% -reflexo da alta dos preços dos alimentos e também da expansão da demanda interna. "O impacto inicial da alta dos alimentos já começa a se espalhar para outros bens e serviços; o núcleo da inflação subiu de 3,4% há um ano para 5,4% em junho", afirmou o documento do FMI.
Ontem o IBGE informou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) se desacelerou para 0,53% em julho, a menor alta desde novembro do ano passado. Em junho, o índice teve alta de 0,74%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,37%, acima dos 6,06% identificados nos 12 meses imediatamente anteriores, aproximando-se ainda mais do teto superior à meta, de 6,50% estipulado pelo Banco Central.
O FMI também apontou a deterioração na situação das contas externas, que apresentaram saldo negativo pela primeira vez desde 2002. "O volume de importações continuou a crescer acima de 10%, enquanto as exportações se expandiram de forma mais lenta e as remessas para o exterior subiram, em parte como conseqüência do aumento do investimento estrangeiro direto nos últimos anos."
Já a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) indicou o Brasil e a China como as únicas grandes economias que apresentaram sinais de expansão em junho. No mês anterior, os indicadores antecedentes da OCDE (que levam em conta dados como a produção industrial e o total de exportações) apontavam retração na atividade econômica brasileira.


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