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Brasil deve conter demanda interna, diz FMI
DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) afirmou que o
Brasil deve conter o crescimento da demanda interna, já que o
aumento das pressões inflacionárias no país é superior ao
efeito do choque global nos
preços das commodities (como
petróleo e alimentos).
"Conter a demanda doméstica logo no começo vai aumentar a credibilidade da política
[monetária] e elevar o grau de
flexibilidade para responder a
um possível crescimento da deterioração do ambiente global",
afirmou o Fundo em comunicado divulgado ontem.
O FMI elogiou a decisão do
Banco Central de aumentar, no
final do mês passado, a taxa de
juros básica de 12,25% para
13%. Segundo a entidade, "a
ação rápida e decisiva é importante para reduzir o momentum inflacionário e evitar, mais
adiante, um aperto mais forte e
prolongado".
Nos 12 meses até junho deste
ano, os preços no país subiram
6,1% -reflexo da alta dos preços dos alimentos e também da
expansão da demanda interna.
"O impacto inicial da alta dos
alimentos já começa a se espalhar para outros bens e serviços; o núcleo da inflação subiu
de 3,4% há um ano para 5,4%
em junho", afirmou o documento do FMI.
Ontem o IBGE informou que
o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) se desacelerou para 0,53% em julho, a
menor alta desde novembro do
ano passado. Em junho, o índice teve alta de 0,74%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula
alta de 6,37%, acima dos 6,06%
identificados nos 12 meses imediatamente anteriores, aproximando-se ainda mais do teto
superior à meta, de 6,50% estipulado pelo Banco Central.
O FMI também apontou a
deterioração na situação das
contas externas, que apresentaram saldo negativo pela primeira vez desde 2002. "O volume de importações continuou a
crescer acima de 10%, enquanto as exportações se expandiram de forma mais lenta e as remessas para o exterior subiram, em parte como conseqüência do aumento do investimento estrangeiro direto nos
últimos anos."
Já a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) indicou o
Brasil e a China como as únicas
grandes economias que apresentaram sinais de expansão
em junho. No mês anterior, os
indicadores antecedentes da
OCDE (que levam em conta dados como a produção industrial
e o total de exportações) apontavam retração na atividade
econômica brasileira.
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