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EMPRÉSTIMOS
Média dos gastos foi mais alta, diz Telecheque
Inadimplência cresce em agosto com aumento da oferta de crédito
DA REPORTAGEM LOCAL
A oferta maior de crédito e fatores sazonais determinaram uma
alta da inadimplência em agosto
na comparação com julho, mostram dados divulgados ontem. A
incidência de maus pagadores, no
entanto, continua em queda
quando a base de comparação é o
mesmo mês do ano passado.
O índice de cheques devolvidos
em agosto no país subiu 6,4% em
relação a julho, segundo a TeleCheque, empresa do segmento de
verificação e garantia de cheques.
O índice no mês passado foi de
2,25%. Ou seja, para cada R$ 100
gastos, R$ 2,25 foram inadimplentes. Em relação a agosto de
2003, quando o índice foi de
2,34%, houve queda de 3,5%.
"A maior inadimplência de
agosto em relação a julho ocorreu
principalmente porque a média
de valores gastos no cheque está
mais alta. Além disso, houve uma
ampliação na quantidade de cheques pré-datados", afirmou o vice-presidente da empresa, José
Antonio Praxedes Neto.
Segundo dados da TeleCheque,
o prazo médio para pagamento
em 2003 nas compras com cheque foi de 80 dias. De janeiro a
agosto deste ano, de acordo com
Praxedes, o prazo subiu para 92
dias. O valor médio gasto por mês
passou de R$ 98 para R$ 103.
"O Dia dos Pais também teve alguma influência nessa alta, já que
é uma compra de um apelo emocional maior", disse.
Os números do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da
ACSP (Associação Comercial de
São Paulo) apontam na mesma
direção dos da TeleCheque.
A quantidade de maus pagadores voltou a superar em agosto o
número de pessoas físicas e jurídicas inadimplentes, segundo o
SPC. No mês passado, 3.243.503
registros de inadimplência, de
pessoas físicas e jurídicas, foram
incluídos no cadastro, ante uma
exclusão de 2.817.591 registros.
Ou seja, o saldo foi negativo em
425.912 registros. Em julho, segundo a empresa, o saldo foi positivo em 923.289 registros. "Houve
uma leve inversão em agosto. Isso
é normal, já que é o mês do Dia
dos Pais, em que tradicionalmente as pessoas vão mais às compras
e não necessariamente pagam dívidas", afirmou Edson Monteiro,
presidente da empresa.
O SPC também atribui a alta da
inadimplência em agosto ante o
mês anterior ao fato de o consumidor tradicionalmente saldar o
Imposto de Renda e seguros, entre outras despesas, em julho.
Segundo a ACSP, a quantidade
de registros de inadimplência recebidos cresceu 6,4% ante julho.
A de registros cancelados subiu
menos, 1,9%. Na comparação
com agosto do ano passado, os registros cancelados subiram 9,5%,
mais do que os cancelados, que tiveram alta de 8,2%.
"O que ocorreu em agosto não
preocupa muito. No acumulado
do ano, não há muita alteração",
afirma o economista da associação, Emílio Alfieri.
Segundo ele, nos primeiros oito
meses do ano, a quantidade de registros recebidos cresceu 6,2%
ante mesmo período de 2003, enquanto os registros cancelados tiveram alta de 10,3%. "Um mês
apenas não quer dizer nada. Temos que esperar os próximos."
Para Praxedes, entretanto, setembro deve voltar a registrar alta
ante agosto por causa do aumento
dos prazos. "Muitos vencimentos
ocorrem em setembro", disse.
(MAELI PRADO)
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