São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LOGÍSTICA

BNDES espera que região de Sepetiba se torne pólo para investimentos

Rio pode receber outra siderúrgica

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou ontem que o porto de Sepetiba se tornará em pouco tempo o maior do Atlântico Sul, atraindo empresas para seu entorno e transformando-se no motor do desenvolvimento do Rio.
Segundo Lessa, duas companhias nacionais estão interessadas em instalar uma siderúrgica na área do porto, num investimento de mais de US$ 1 bilhão. Será uma das maiores usinas do país, com capacidade para produzir 7 milhões de toneladas por ano.
Existem ainda, de acordo com Lessa, companhias dispostas a montar unidades petroquímicas na região, em função das facilidades logísticas.
Entre os investimentos já confirmados, Lessa citou a construção de um terminal para escoamento de 2 milhões de toneladas por ano de grãos pela Bunge. Com isso, prevê ele, empresas de processamento de grãos e de alimentos irão migrar para a região.
Todos esses projetos, segundo ele, estão sendo analisados pelo banco, que não pode revelar o nome das empresas.
"Creio que o Rio esteja particularmente bem situado no ciclo futuro de expansão em que a economia brasileira está ingressando", disse Lessa, durante seminário promovido pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e pelo jornal "O Globo" sobre a revitalização da economia fluminense.
Já o seceretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Fortes, disse que faltam algumas obras de infra-estrutura para o porto de Sepetiba deslanchar. "O que adianta ter um porto maravilhoso se falta acesso?", indagou, citando como "gargalos" a duplicação da ferrovia MRS, via de acesso ao porto, e a construção do viaduto sobre a Rio-Santos.
O diretor-gerente de novos negócios da Petrobras, José Lima Neto, confirmou que a estatal conversa com uma empresa nacional privada do setor petroquímico sobre projetos na região do porto, inaugurado em 1982.
Segundo o diretor de Planejamento da Vale do Rio Doce, Gabriel Stoliar, o porto ampliará seu movimento dos atuais 2,5 milhões de toneladas por mês para 3,9 milhões de toneladas nos próximos anos, quando passará a escoar boa parte da safra do Centro-Oeste. O porto de Santos, que é o maior do Brasil, movimenta hoje 5,8 milhões de toneladas/mês.


Texto Anterior: Outro lado: Governo admite dificuldade para abrir empresa
Próximo Texto: Lessa afirma que irá manter rigor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.