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Ata do Copom reduz os juros futuros na BM&F
Investidor vê chance de novo corte de 0,5 ponto na Selic
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A ata da última reunião do
Copom, apresentada ontem pelo Banco Central, ajudou a fazer os juros futuros recuarem
mais um pouco na BM&F.
Investidores e analistas entenderam que a ata deixou em
aberto a possibilidade de um
novo corte de 0,50 ponto percentual ser dado na taxa básica
Selic na próxima reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária). Por enquanto, o
mercado futuro está posicionado majoritariamente à espera
de uma redução de 0,25 ponto
na Selic na reunião que ocorrerá no próximo mês.
No contrato DI que vence na
virada do ano, a taxa recuou de
13,89% para 13,85% no pregão
de ontem da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros). No DI
mais negociado, com prazo em
janeiro de 2008, a taxa projetada foi de 13,81% para 13,71%.
"A ata não trouxe novidades,
e sabiamente desta vez o Copom não assume compromisso
com decisões futuras. O BC evitou também cometer o erro da
ata anterior, ao deixar espaço
para nova redução de 0,50 ponto, caso os dados internos e externos sejam favoráveis", diz
Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez.
O fato de o IPCA de agosto
ter ficado abaixo do esperado
eleva as chances de o Copom
cortar a Selic em 0,50 ponto em
seu próximo encontro.
O IPCA é o índice que o governo utiliza para monitorar a
meta oficial de inflação. Assim,
se o IPCA está fraco, há mais
chances de os juros caírem.
No entendimento da LCA
Consultores, a ata apontou que
"o Copom irá desacelerar o ritmo de corte do juro básico, devendo promover uma redução
da Selic de apenas 0,25 ponto
em sua próxima reunião".
Na segunda-feira, o boletim
semanal do BC, feito a partir de
consultas a cerca de cem instituições financeiras, deve trazer
uma redução na previsão para a
taxa Selic no fim de 2006. Na
última segunda, os analistas
ainda previam que a Selic estaria em 14% no fim do ano. A taxa está hoje em 14,25%.
Os "top 5", formado pelas
instituições financeiras que
mais acertam as projeções econômicas, já previam no último
boletim do BC que a taxa estaria em 13,75% no fim deste ano.
Bolsa
Apesar de o cenário ser de
baixa para os juros, o mercado
acionário não tem conseguido
voltar aos níveis recordes que
rondava em maio.
Nesta semana, mais curta devido ao feriado que fechou os
mercados na quinta-feira, a
Bolsa de Valores de São Paulo
teve resultado negativo, ao acumular baixa de 2,07%.
Dos 56 papéis do Ibovespa, o
principal índice da Bolsa, apenas 17 tiveram retorno positivo
no período.
A maior perda da semana ficou com a ação preferencial da
Vivo (-7,58%). Na outra ponta,
Telemig Participações PN liderou, com alta de 10,81%.
No pregão de ontem, a Bolsa
caiu 0,41%. Nem a recuperação
do mercado americano no fim
do dia animou a Bovespa.
Declarações de Sandra Pianalto, dirigente regional do Fed
(o banco central dos EUA) em
Cleveland, segundo as quais há
sinais de que o ritmo da atividade econômica americana começou a abrandar, animou as
Bolsas no fim do dia.
O índice Dow Jones subiu
0,54%, e a Bolsa eletrônica
Nasdaq teve alta de 0,49%.
No mercado de câmbio, mesmo com um dia de baixa movimentação, o Banco Central interveio comprando dólares. Essa atuação oficial acabou por favorecer a alta da moeda estrangeira no último dia útil da semana. O dólar subiu 0,37% e
terminou as operações de ontem a R$ 2,16.
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