São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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Ata do Copom reduz os juros futuros na BM&F

Investidor vê chance de novo corte de 0,5 ponto na Selic

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A ata da última reunião do Copom, apresentada ontem pelo Banco Central, ajudou a fazer os juros futuros recuarem mais um pouco na BM&F.
Investidores e analistas entenderam que a ata deixou em aberto a possibilidade de um novo corte de 0,50 ponto percentual ser dado na taxa básica Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Por enquanto, o mercado futuro está posicionado majoritariamente à espera de uma redução de 0,25 ponto na Selic na reunião que ocorrerá no próximo mês.
No contrato DI que vence na virada do ano, a taxa recuou de 13,89% para 13,85% no pregão de ontem da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No DI mais negociado, com prazo em janeiro de 2008, a taxa projetada foi de 13,81% para 13,71%.
"A ata não trouxe novidades, e sabiamente desta vez o Copom não assume compromisso com decisões futuras. O BC evitou também cometer o erro da ata anterior, ao deixar espaço para nova redução de 0,50 ponto, caso os dados internos e externos sejam favoráveis", diz Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez.
O fato de o IPCA de agosto ter ficado abaixo do esperado eleva as chances de o Copom cortar a Selic em 0,50 ponto em seu próximo encontro.
O IPCA é o índice que o governo utiliza para monitorar a meta oficial de inflação. Assim, se o IPCA está fraco, há mais chances de os juros caírem.
No entendimento da LCA Consultores, a ata apontou que "o Copom irá desacelerar o ritmo de corte do juro básico, devendo promover uma redução da Selic de apenas 0,25 ponto em sua próxima reunião".
Na segunda-feira, o boletim semanal do BC, feito a partir de consultas a cerca de cem instituições financeiras, deve trazer uma redução na previsão para a taxa Selic no fim de 2006. Na última segunda, os analistas ainda previam que a Selic estaria em 14% no fim do ano. A taxa está hoje em 14,25%.
Os "top 5", formado pelas instituições financeiras que mais acertam as projeções econômicas, já previam no último boletim do BC que a taxa estaria em 13,75% no fim deste ano.

Bolsa
Apesar de o cenário ser de baixa para os juros, o mercado acionário não tem conseguido voltar aos níveis recordes que rondava em maio.
Nesta semana, mais curta devido ao feriado que fechou os mercados na quinta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo teve resultado negativo, ao acumular baixa de 2,07%.
Dos 56 papéis do Ibovespa, o principal índice da Bolsa, apenas 17 tiveram retorno positivo no período.
A maior perda da semana ficou com a ação preferencial da Vivo (-7,58%). Na outra ponta, Telemig Participações PN liderou, com alta de 10,81%.
No pregão de ontem, a Bolsa caiu 0,41%. Nem a recuperação do mercado americano no fim do dia animou a Bovespa.
Declarações de Sandra Pianalto, dirigente regional do Fed (o banco central dos EUA) em Cleveland, segundo as quais há sinais de que o ritmo da atividade econômica americana começou a abrandar, animou as Bolsas no fim do dia.
O índice Dow Jones subiu 0,54%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq teve alta de 0,49%.
No mercado de câmbio, mesmo com um dia de baixa movimentação, o Banco Central interveio comprando dólares. Essa atuação oficial acabou por favorecer a alta da moeda estrangeira no último dia útil da semana. O dólar subiu 0,37% e terminou as operações de ontem a R$ 2,16.


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