São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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Impasse continua no setor de autopeças

Metalúrgicos dão prazo até amanhã para fazer acordo; no Paraná, greve da Volks completa uma semana

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REUTERS

Cerca de 115 mil metalúrgicos das autopeças do Estado de São Paulo deram prazo para os empresários do setor apresentarem uma proposta de reajuste salarial até amanhã, quando ocorre nova negociação salarial. No ABC paulista, são cerca de 20 mil nesse setor.
Representantes dos trabalhadores e das autopeças não chegaram a um acordo ontem durante reunião em São Paulo, segundo informa a FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo).
Na sexta-feira, os sindicalistas entregaram aviso de greve ao setor após rejeitarem proposta de reajuste de 8,8% (1,5% de aumento real e 7,15% de INPC). "Esse setor tem apresentado resultados positivos e até recentemente divulgou uma projeção maior de faturamento para 2008. A exemplo das montadoras [que concederam 3,6% de aumento real], acreditamos que construiremos um bom acordo com este grupo", diz Valmir Marques, presidente da federação.
Com as empresas de fundição também está marcada nova reunião na sexta. Os empresários já receberam aviso de greve em razão de não terem apresentado proposta aos 15 mil trabalhadores desse setor, segundo a FEM.
No Paraná, os 4.000 trabalhadores da Volkswagen rejeitaram ontem a mesma oferta salarial aprovada no sábado pelos metalúrgicos do ABC de aumento real de 3,6% mais reposição de inflação de 7,15% (o que corresponde a reajuste total de 11,01%) e abono de R$ 1.450. A paralisação na fábrica, onde são produzidos o Fox (compacto) e o Golf (hatch), completou hoje sete dias.
Até sexta-feira, 4.200 veículos deixaram de ser fabricados na unidade por causa da greve.
Os metalúrgicos reivindicam 5% de aumento real, além da inflação, e abono de R$ 1.500 .
Na sexta-feira, a montadora entrou com um pedido de dissídio coletivo no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
"Aguardamos uma nova oferta da Volks para ser colocada em votação na assembléia de amanhã [hoje]. Tentar resolver as coisas por dissídio é um retrocesso", disse, em comunicado, Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. A montadora não comentou o assunto.


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