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Emprego industrial cresce após 9 meses
Em relação a 2008, porém, queda chega a 7%, no pior resultado da década; com a crise, emprego no setor voltou aos níveis de abril de 2004
Para o IBGE, indicador
do mercado de trabalho no setor vem respondendo
com defasagem à retomada
da produção industrial
DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Após nove meses de queda, o
emprego na indústria voltou a
crescer. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), houve um crescimento de 0,4% no número de
pessoas ocupadas entre junho e
julho deste ano.
"No desempenho mês a mês,
observamos que o emprego industrial vem respondendo,
com certa defasagem já esperada, à expansão da produção industrial, iniciada em janeiro
deste ano", afirma André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE.
Na comparação com julho de
2008, no entanto, o indicador
de pessoal ocupado apresenta
queda de 7%. O resultado, o
pior já apurado na comparação
ano a ano da pesquisa, iniciada
em 2001, fez com que o emprego industrial retrocedesse aos
patamares de abril de 2004.
"O resultado ainda é muito
negativo porque, naquela ocasião, vivíamos um período de
forte expansão e contratações.
A base de comparação é alta",
diz Macedo. No acumulado do
ano, a queda é de 5,4%.
André Macedo destaca que o
contingente de trabalhadores
reduziu-se nas 14 áreas investigadas. Entre os destaques negativos estão São Paulo e Minas
Gerais, com queda, respectivamente, de 5,2% e 12,2%.
Ainda na comparação com
julho de 2008, no total do país,
o emprego industrial recuou
em 17 dos 18 setores, com
meios de transporte (-12,9%),
máquinas e equipamentos
(-12,3%) e produtos de metal
(-11,7%) liderando as perdas. A
exceção fica por conta de papel
e gráfica, que apresentou crescimento de 8,6%.
Sinalização
A pesquisa apurou, ainda,
que, em julho, descontados os
efeitos sazonais, o número de
horas pagas aos trabalhadores
da indústria ficou estável em
relação ao mês anterior, após
ter assinalado crescimento de
0,6% em junho.
O economista ressalta que
esse indicador é importante,
pois, quando sobe, sinaliza que
pode haver aumento de contratações no mês seguinte. "Foi o
que aconteceu de junho para
julho. Como nesse mês ficou
estável, sinaliza manutenção
de patamar de ocupação para o
mês seguinte", diz Macedo.
Em julho de 2009, o valor da
folha de pagamento real da indústria, descontados os efeitos
sazonais, variou 0,1% em relação a junho, após recuar 1,7%
no mês anterior.
Para a economista da consultoria Tendências, Ariadne Vitoriano, o emprego na indústria
deve manter trajetória de alta
pelos próximos meses.
"Acredito que o período de
ajustes no emprego industrial
está finalizado. A produção industrial deve ter forte crescimento nos próximos meses, o
que puxará a ocupação no setor", diz ela. Ariadne atribui a
estabilização das horas pagas
em julho a um aumento de produtividade do setor.
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