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INDÚSTRIA
Holding do antigo Banco Econômico será vendida pelo Banco Central
Disputa pela Conepar agita
o mercado petroquímico
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
Um dos maiores negócios do ano
no setor petroquímico está chegando à reta final.
Os interessados em comprar a
Conepar, holding pertencente ao
antigo Banco Econômico, com
participações acionárias em várias
indústrias petroquímicas, têm até
amanhã para oficializar esse interesse ao consórcio privado que está fazendo a avaliação financeira e
a modelagem da venda.
O prazo para a manifestação oficial de interesse -até 10 de outubro- consta em um anúncio publicado com discrição em um jornal brasileiro na última sexta-feira.
O sigilo que está marcando a
venda da Conepar é proporcional
à sua importância dentro do setor.
A empresa que adquirir a holding do antigo Banco Econômico
terá participação estratégia no capital votante da Copene, a maior
central petroquímica de primeira
geração do país.
O controle acionário da Copene
pertence atualmente a uma outra
holding, a Norquisa, que é formada por empresas pertencentes aos
principais grupos empresariais petroquímicos (Mariani, Ultra, Odebrecht, Suzano e Dow Química).
Quem comprar a Conepar terá
posição acionária privilegiada na
Norquisa, o que também significa
o controle da Copene.
A Copene, localizada no pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia, tem produção anual de mais
de 2 milhões de toneladas de produtos petroquímicos.
É também a maior produtora de
eteno do país, que serve de matéria-prima para a fabricação de polietileno. Este, por sua vez, é utilizado na produção de embalagens
plásticas.
O consórcio privado responsável
pela preparação da venda da Conepar, formado pelas empresas
SBC Warburg Dillon Read, do
Swiss Bank, Banco Omega S/A e
Jakkpo Poyry Engenharia, não se
manifesta sobre a venda.
Segundo a Folha apurou, a expectativa do consórcio é que o edital de venda seja publicado até o
final do mês. A previsão é que a
Conepar seja negociada até o final
de dezembro.
A venda da Conepar é de responsabilidade do BC (Banco Central),
que interveio no Banco Econômico em agosto de 1995.
Para realizar a venda, o BC conta
com assessoria do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). O processo
de venda é semelhante ao de uma
privatização.
"A Copene hoje tem posição estratégica no setor", confirma Ernesto Teixeira Weber, diretor-superintendente da Polibrasil Resinas e diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química e de Produtos Derivados).
Segundo ele, todos os grandes
grupos petroquímicos que têm
participação da Norquisa deverão
disputar a Conepar.
Alguns dos principais grupos do
setor, como Odebrecht, Suzano e
Dow Química, confirmam interesse na compra.
A Folha apurou que as empresas
interessadas estão negociando a
formação de possíveis consórcios
para disputar a Conepar e por isso
não revelam suas estratégias e disponibilidade financeira para a
operação.
O valor de mercado das principais participações acionárias da
Conepar (nas empresas Ciquine,
Polialden e Politeno), que garantem posição estratégica na Norquisa, é de aproximadamente R$
60 milhões.
No entanto, ressalta Renato
Tranjan, superintendente de investimentos do Banco Omega S/A,
o valor de mercado não contabiliza
a participação no capital votante
dessas empresas, que é maior do
que a participação no capital total.
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