São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

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Dados dos EUA devem levar volatilidade ao mercado

Freada brusca da economia afetará juro, dizem analistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Importantes eventos econômicos nos Estados Unidos devem mexer com o mercado global nesta semana.
Passado o feriado de hoje nos EUA, na quarta-feira será conhecida a ata da última reunião do Fed (o banco central norte-americano). O documento falará sobre os motivos que levaram os dirigentes do Fomc -o comitê de mercado aberto do Fed, que cuida da política monetária- a decidirem pela manutenção da taxa básica de juros do país em 5,25% anuais.
No dia seguinte, quinta-feira, o governo americano vai apresentar o Livro Bege -compilação periódica de dados econômicos dos EUA feita pelo Fed.
"Apesar da pouca quantidade de dados econômicos esperados para a semana, a volatilidade do mercado acionário deve persistir, com a divulgação da ata do Fomc e do Livro Bege", afirma Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
"Indicações em ambos os relatórios [ata e Livro Bege] de que o crescimento americano deve apresentar desaquecimento suave, e não brusco ou uma recessão, devem contribuir para a melhora do cenário", completa Martins.
No Brasil, a semana será mais curta, com o feriado na quinta-feira. Sendo assim, o mercado doméstico só irá repercutir os dados do Livro Bege (e a reação internacional) nos pregões de sexta-feira.
Há investidores e analistas que contam com a possibilidade de os juros americanos virem a ser reduzidos ainda neste ano. Mas, para que esse cenário ganhe força e tenha condições reais de se concretizar, os próximos eventos que ocorrerão em território norte-americano terão de mostrar que a economia do país está se desaquecendo além do considerado ideal.
Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, demonstrou preocupação em relação ao que ele chamou de "uma correção substancial" que estaria ocorrendo no mercado da habitação. Essa correção acabará por reduzir o crescimento da maior economia do mundo. Segundo Bernanke, a desaceleração no mercado imobiliário deve custar um ponto percentual no crescimento da economia no segundo semestre deste ano.
"Na semana [passada] os mercados internacionais oscilaram ao sabor da divulgação de indicadores sobre a economia norte-americana, das declarações de diretores do Fed e da evolução da cotação do petróleo", avalia a LCA Consultores.
"As estatísticas publicadas na semana reduziram nos mercados o receio de que os EUA enfrentem uma recessão nos próximos trimestres, ainda que alguns indicadores tenham registrado resultados aquém dos projetados por analistas econômicos", completa a análise da consultoria.

Estrangeiros
Como parecem ser muito remotas agora as possibilidades de os juros americanos voltarem a subir, os estrangeiros começam a retornar para a Bolsa de Valores de São Paulo.
Entre maio e agosto, a Bovespa sofreu com a fuga de recursos externos. Nesse período, saíram líquidos R$ 5,6 bilhões de estrangeiros da Bolsa.
Mas, no mês de setembro, o balanço de negócios dos estrangeiros ficou positivo em R$ 182,34 milhões.
Nos primeiros três dias deste mês, as operações com capital externo também estão positivas, em R$ 32,85 milhões.
Em setembro, os investidores estrangeiros lideraram a movimentação financeira na Bovespa. Seus negócios representaram 34,43% do volume total girado no mês. Em agosto, responderam por 33,84% dos negócios.


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