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China reage a crise com baixa de juros e corte de imposto
RAUL JUSTE LORES
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG
A China anunciou ontem a
redução de 0,27 ponto percentual na taxa de juros, que passou para 6,93% ao ano, e o fim
da cobrança de 5% sobre os
rendimentos da poupança.
Também foi criado um fundo
para ajudar pequenas e médias
empresas exportadoras. No Japão, onde a Bolsa teve a maior
queda desde 1987, o banco central endossou o corte de juros
coordenado na Europa, mas
disse que não vai fazer o mesmo, já que o índice no país é de
só 0,5% ao ano.
O pacote chinês visa minimizar as perdas dos exportadores,
que sofrem com a retração nas
vendas globais e com os altos
preços de matérias primas. Já o
fim da cobrança de 5% do imposto de renda sobre os rendimentos em poupança vai beneficiar as pessoas físicas.
Ações em queda
As medidas foram anunciadas após fortes quedas das
ações das principais empresas
chinesas nas Bolsas. Por conta
do fuso horário, o anúncio da
redução na taxa de juros por diversos bancos centrais chegou
tarde demais para os mercados
na Ásia. A Bolsa de Tóquio caiu
ontem 9,4%, a maior queda em
21 anos. A Bolsa de Hong Kong,
a maior da China, caiu 8,17%.
As ações das três maiores
companhias petrolíferas chinesas, PetroChina, Sinopec e
Cnooc, caíram 14,05%, 12,5% e
14,25%, respectivamente.
A taxa de reservas obrigatórias para os bancos também será reduzida em 0,5 ponto percentual a partir do dia 15.
Depois de crescer 11,9% em
2007, o PIB chinês deve crescer
9,5% este ano e 8% em 2009.
Para estimular o consumo, o
Conselho de Estado chinês
anunciou que suspenderá a cobrança de 5% nos rendimentos
em poupança.
O baixo consumo é a preocupação do governo, por conta da
previsível redução dos mercados para exportação.
A Bolsa de Tóquio caiu 9,4%
ontem, a maior queda em um
só dia desde 1987. As ações da
Toyota caíram 12% com a previsão de que seus lucros cairão
40% em 2009 pela queda nas
vendas no mercado americano.
Apesar de endossar o corte
coordenado de juros, o Banco
do Japão disse não poder fazer
o mesmo, já que a taxa no país é
de apenas 0,5% anual.
O dólar caiu abaixo de 100 ienes pela primeira vez em seis
meses, devido à crença de que a
moeda americana vai passar
por uma desvalorização.
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