São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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China reage a crise com baixa de juros e corte de imposto

RAUL JUSTE LORES
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG

A China anunciou ontem a redução de 0,27 ponto percentual na taxa de juros, que passou para 6,93% ao ano, e o fim da cobrança de 5% sobre os rendimentos da poupança. Também foi criado um fundo para ajudar pequenas e médias empresas exportadoras. No Japão, onde a Bolsa teve a maior queda desde 1987, o banco central endossou o corte de juros coordenado na Europa, mas disse que não vai fazer o mesmo, já que o índice no país é de só 0,5% ao ano.
O pacote chinês visa minimizar as perdas dos exportadores, que sofrem com a retração nas vendas globais e com os altos preços de matérias primas. Já o fim da cobrança de 5% do imposto de renda sobre os rendimentos em poupança vai beneficiar as pessoas físicas.

Ações em queda
As medidas foram anunciadas após fortes quedas das ações das principais empresas chinesas nas Bolsas. Por conta do fuso horário, o anúncio da redução na taxa de juros por diversos bancos centrais chegou tarde demais para os mercados na Ásia. A Bolsa de Tóquio caiu ontem 9,4%, a maior queda em 21 anos. A Bolsa de Hong Kong, a maior da China, caiu 8,17%.
As ações das três maiores companhias petrolíferas chinesas, PetroChina, Sinopec e Cnooc, caíram 14,05%, 12,5% e 14,25%, respectivamente.
A taxa de reservas obrigatórias para os bancos também será reduzida em 0,5 ponto percentual a partir do dia 15.
Depois de crescer 11,9% em 2007, o PIB chinês deve crescer 9,5% este ano e 8% em 2009.
Para estimular o consumo, o Conselho de Estado chinês anunciou que suspenderá a cobrança de 5% nos rendimentos em poupança.
O baixo consumo é a preocupação do governo, por conta da previsível redução dos mercados para exportação.
A Bolsa de Tóquio caiu 9,4% ontem, a maior queda em um só dia desde 1987. As ações da Toyota caíram 12% com a previsão de que seus lucros cairão 40% em 2009 pela queda nas vendas no mercado americano. Apesar de endossar o corte coordenado de juros, o Banco do Japão disse não poder fazer o mesmo, já que a taxa no país é de apenas 0,5% anual.
O dólar caiu abaixo de 100 ienes pela primeira vez em seis meses, devido à crença de que a moeda americana vai passar por uma desvalorização.


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