São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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ABASTECIMENTO

No Wal Mart, consumidor pode levar 5 kg; no Extra e no Barateiro, de 10 kg a 20 kg; Sendas também pode fixar cota

Supermercados racionam venda de açúcar

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda-de-braço entre varejo e indústria, na tentativa de definir novos reajustes de preços, levou grandes redes a iniciar o "racionamento do açúcar".
No Wal Mart cada consumidor só pode levar cinco quilos do produto. Há avisos nas lojas informando a restrição aos clientes. O grupo Pão de Açúcar decidiu fazer o mesmo em algumas lojas.
A rede Sendas, a quinta maior do país, não descarta a possibilidade de usar o mesmo sistema caso seja constatado um movimento de compra do produto para estocagem em casa.
"Nós temos estoque razoável de açúcar, mas, se houver uma corrida para compra por razões de armazenagem ou especulação, então será preciso agir. Estamos de olho", diz Nelson Sendas, vice-presidente da rede.
No caso do Pão de Açúcar, a medida foi tomada para evitar a compra do produto de forma especulativa. "Às vezes, um pequeno lojista compra para revender por preço maior. Há casos de redes menores que precisam reforçar seu estoque. Isso não é bom para o consumidor, que corre o risco de ficar sem o produto", diz Hugo Bethlem, diretor comercial da rede.
Há dificuldade para os supermercados fecharem novas entregas de açúcar devido à alta do preço. Na Bolsa de Nova York, o produto subiu cerca de 30% desde junho. Além disso, há ainda a desvalorização do real. A moeda perdeu 48,1% de seu valor em relação ao dólar de maio até ontem. Como o produto é cotado em dólar, o preço disparou.
O Wal Mart ainda não informa em quantas lojas o racionamento do açúcar começou a ser praticado. Segundo dois gerentes de lojas, toda a rede Supercenter, do Wal Mart -são nove lojas-, adotou a medida.
O limite imposto pela cadeia, de cinco quilos por consumidor, é mais rígido do que o praticado pelo Pão de Açúcar. Em lojas do Extra e do Barateiro (a direção ainda não tem o número correto de lojas) o limite é de 10 kg a 20 kg por pessoa.
O número é mais elevado porque, na visão da companhia, são os comerciantes que podem partir para a especulação com o produto, e não o consumidor -que compra uma quantidade média de três quilos de açúcar por mês.


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