São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Lucro da Vale cresce 28,9% no ano

Resultado do terceiro trimestre alcançou R$ 4 bilhões e é recorde da companhia para o período

Ganho com exportações no ano, de US$ 7,237 bilhões, representa 19,3% de todo o saldo comercial acumulado até setembro pelo Brasil


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Vale do Rio Doce fechou os nove primeiros meses de 2006 com lucro de R$ 10,1 bilhões. O resultado supera em 28,9% o registrado no período de janeiro a setembro de 2005.
No terceiro trimestre, a Vale, maior empresa privada do país e segunda maior mineradora integrada do mundo, obteve lucro líquido de R$ 4 bilhões -46,6% mais do que em igual período de 2005. No trimestre, o resultado configura novo recorde histórico da companhia.
De janeiro a setembro, a Vale gerou uma receita de R$ 30,1 bilhões, com 14,9% de crescimento ante os nove primeiros meses de 2005. Considerando apenas o terceiro trimestre, o faturamento bruto da companhia somou R$ 11,6 bilhões, com expansão de 28,8% em relação ao terceiro trimestre de 2005. Nesse caso, a Vale bateu também seu recorde de receita em terceiros trimestres.
Outro destaque da companhia foram as exportações, que geraram nos nove primeiros meses do ano US$ 7,237 bilhões à companhia -alta de 44,5%. Com o resultado, a companhia contribuiu com 19,3% de todo o saldo comercial brasileiro no período -US$ 33,8 bilhões-, já descontando o que a empresa tem de importar para produzir.
Depois da aquisição da Inco, que envolverá até US$ 18 bilhões, um indicador da companhia que passa a ser acompanhado de perto pelo mercado financeiro é a geração de caixa.
Nos nove primeiros meses de 2006, a empresa registrou um Ebtda (lucro antes de despesas financeiras, impostos e depreciações), que mede a geração de caixa, de R$ 14,8 bilhões, ante R$ 12,5 bilhões no mesmo período de 2005. De julho a setembro deste ano, a Vale obteve uma geração de caixa de R$ 5,9 bilhões, também a maior da história da companhia e 36,5% maior do que o registrado no terceiro trimestre de 2005.
Em linha com seu planejamento estratégico, a Vale do Rio Doce investiu US$ 3 bilhões de janeiro a setembro, com incremento de 30,1% ante o mesmo período de 2005.
No terceiro trimestre, a Vale fechou a aquisição da mineradora canadense de níquel Inco. Na primeira fase da oferta de compra de ações feita na Bolsa de Toronto, a Vale arrematou o controle da mineradora por US$ 13,2 bilhões (cerca de R$ 28,4 bilhões). O negócio fez da mineradora brasileira a segunda maior do mundo, só atrás da australiana BHP-Billiton.
A Vale adquiriu 75,66% das ações da empresa. A oferta foi estendida para adesão do resto dos acionistas e até a semana passada a Vale já tinha comprado de 86,57% das ações da Inco.
Todo o negócio foi financiado por um "pool" de bancos europeus, que colocaram à disposição da Vale até US$ 34 bilhões. A empresa, no entanto, planeja gastar, no máximo, US$ 18 bilhões na aquisição, o que aumentará a dívida da companhia e fez cair sua avaliação de risco -ainda assim a empresa manteve a nota de grau de investimento (investment grade).

Produtos e destino
Segundo a Vale, o minério de ferro se manteve como carro-chefe da companhia, correspondendo a 68,1% de sua receita total. Foram vendidas 63,1 milhões de toneladas no terceiro trimestre -alta de 14,3%.
Mais uma vez, a Ásia foi o principal destino dos produtos da Vale. O continente representou 35,1% da receita bruta da companhia. Somente a China foi responsável por 18,6% do faturamento da Vale. A América (incluindo o Brasil) gerou 34,7% da receita da Vale. Já a Europa contribuiu com 26%.


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