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Reservas podem aumentar em mais de 50%
DA SUCURSAL DO RIO
A nova área de exploração de
petróleo e gás pode aumentar
em mais 50% as atuais reservas
do país, que somam 14 bilhões
de barris, estimam especialistas. A Petrobras anunciou ontem que a análise dos testes de
formação do segundo poço da
área denominada Tupi, no bloco BM-S-11, localizado na bacia
de Santos (SP), estima volume
recuperável de óleo leve de 28
API em 5 bilhões a 8 bilhões de
barris de petróleo e gás natural.
O montante representa uma
pequena parte da nova fronteira, que se estende pelas bacias
do Espírito Santo, Campos e
Santos, em horizontes mais
profundos e em rochas denominadas pré-sal.
A Petrobras é operadora da
área e detém 65%, a empresa
britânica BG controla 25%, e a
portuguesa Petrogal - Galp
Energia, os demais 10%.
Os indícios de petróleo na
área de Tupi foram informados
pela Petrobras ao mercado em
11 de julho de 2006. A reserva
de Tupi marca um novo horizonte na exploração de óleo no
país, porque o campo está sob
uma extensa camada de sal localizada no subsolo marinho,
ao contrário dos demais campos do país, que ficam acima
dessa camada.
Diretor do Centro Brasileiro
de Estudos em Infra-Estrutura,
Adriano Pires disse que a descoberta é interessante, porque
praticamente toda a produção
do Brasil é de petróleo pesado,
com importação de 10% a 15%
do tipo leve, misturado para refino. "Significa o aumento das
reservas brasileiras e o rompimento da barreira tecnológica
pela empresa, que está no início
da exploração pré-sal", afirmou
Pires.
Com investimentos de US$ 1
bilhão nos últimos dois anos,
foram perfurados 15 poços que
atingiram as camadas pré-sal,
sendo que 8 foram devidamente testados e avaliados.
O pré-sal são rochas-reservatórios que se encontram abaixo
de uma extensa camada de sal,
que abrange o litoral do Espírito Santo até Santa Catarina, ao
longo de mais de 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura, em lâmina
d'água entre 2.000 e 3.000 metros de profundidade.
A Petrobras é a única empresa, na condição de operadora,
que perfurou, testou e avaliou
as rochas do pré-sal até hoje.
Pires ressalta que a descoberta não resolve o problema energético atual, já que a produção
na área deve demorar de quatro
a cinco anos para começar.
Ruy Quintans, consultor do
Ibmec, lembra que descobertas
de petróleo e gás só são exploradas quando o custo é viável e
o momento é interessante comercialmente.
"Certamente, essa divulgação agora foi oportuna para
sossegar o mercado diante da
crise do gás. Mais uma vez a falta de planejamento do governo
ficou evidente", afirmou.
Cerca de 25% da área de
ocorrência das rochas do pré-sal já está concedida pela ANP
(Agência Nacional do Petróleo), de acordo com a Petrobras, a várias empresas petrolíferas sob a forma de blocos exploratórios e concessões de
produção. A Petrobras tem
-sozinha ou associada- 75%
dessa área concedida.
O primeiro poço demorou
mais de um ano e custou US$
240 milhões. A Petrobras informou ser possível perfurar um
poço equivalente em 60 dias, ao
custo de US$ 60 milhões.
(RA)
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