Ela respondeu à maioria das perguntas na coletiva

DA SUCURSAL DO RIO

Em vez de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seguiu viagem para o Chile, quem comandou o anúncio da descoberta da megarreserva de petróleo e gás foi a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ofuscando o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner.
Dilma é apontada como uma das eventuais candidatas governistas à sucessão de Lula. Ela respondeu à maioria das perguntas na entrevista coletiva, falando em tom alto e incisivo. Negou "chavenização" do país ao decidir excluir a megarreserva do leilão, mas repetiu várias vezes que o governo defenderia o "interesse nacional".
A oitava reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) reuniu sete ministros, o presidente Lula e outros representantes do governo na sede da Petrobras, no Rio. O encontro, não usual, foi alvo de especulações durante o dia. Tradicionalmente, as reuniões do CNPE ocorrem em Brasília.
A expectativa era que a reunião tratasse de soluções para garantir o suprimento de gás para indústrias, veículos e termelétricas. Ao contrário do esperado, a reunião resultou no anúncio da maior descoberta da história da Petrobras e de um potencial ainda maior de petróleo e gás no litoral de Espírito Santo a Santa Catarina.
A reserva de Mexilhão, na bacia de Santos, era até aqui a maior já encontrada no país, com produção estimada inicialmente em 400 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Mas a anunciada ontem inclui petróleo, além de gás.
Os temas tratados no encontro não foram os problemas de hoje, mas como mudar a forma com que a União licita áreas de exploração de petróleo e gás diante da descoberta de reservas maiores do que se conhecia anteriormente.
Dilma resumiu a mudança de patamar com a frase: "Antes estávamos preocupados em obter a auto-suficiência na produção de petróleo e agora podemos nos tornar exportadores".


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