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Exportações para os EUA crescem menos
No total, vendas brasileiras para o exterior crescem 16,6% até novembro, enquanto para os americanos aumento foi de 10,2%
Apesar de o Brasil manter benefício de tarifas nos
EUA, setor exportador reclama de falta de missões
comerciais para o país
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A manutenção do Brasil no
SGP (Sistema Geral de Preferência), conforme acordo fechado na quinta-feira no Congresso americano, garante exportações para os EUA de vários setores com mão-de-obra
intensiva, mas também revela
que os embarques para aquele
mercado não estão acompanhando o ritmo do aumento
das exportações brasileiras, segundo a AEB (Associação de
Comércio Exterior do Brasil).
Até o fechamento desta edição, os deputados americanos
estavam debatendo a continuidade do Brasil no SGP.
"À medida que as vendas para os Estados Unidos aumentam, é natural que o país seja
excluído do sistema, como já
aconteceu com a Coréia do Sul.
Se, por um lado, mantemos
mercado para setores importantes e para pequenas e médias empresas que oferecem
empregos, por outro isso demonstra que não estamos dando a devida atenção para aumentar as exportações para o
mercado americano", disse o
vice-presidente da AEB, José
Augusto de Castro.
De acordo com a AEB, neste
ano os EUA foram o mercado
para o qual os embarques menos aumentaram. No total, as
exportações brasileiras cresceram 16,6% até novembro. Para
os Estados Unidos, as vendas
aumentaram 10,2%, enquanto
para o Mercosul cresceram
30,30%, e, para os demais países da América Latina, 17,1%.
Para a Europa, as vendas aumentaram 13,7%; para a África,
23%, e, para a Ásia, 14,5%.
"O atual governo não organizou uma única missão comercial para os EUA. É bom permanecer no SGP, até porque o Brasil é um país desigual, mas é
ainda melhor aumentar as vendas", disse Castro.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, a Apex (agência
de promoção das exportações)
está abrindo um centro de distribuição de produtos em Miami. Para Castro, a iniciativa é
importante porque beneficia
pequenas e médias empresas,
mas afirma que o governo precisa propor ações que alcancem
todos os tipos de exportação.
Em agosto, Washington já
havia avisado ao governo brasileiro de que recomendaria a
manutenção do país no programa. A batalha, porém, se deu no
Congresso, por causa do lobby
agrícola americano, que é contra benefícios aos produtos do
agronegócio brasileiro.
Segundo o Itamaraty, o Congresso americano não pode alegar a graduação do Brasil como
país competitivo para retirá-lo
do sistema, porque o conceito
de competitividade de aplica a
produtos, e não a países.
O governo americano concede o benefício para uma lista de
3.348 produtos, mas, para fazer
parte do sistema, os produtos
não podem ser mais competitivos do que os similares americanos. Para medir a competitividade, o USTr (espécie de Ministério do Comércio Exterior
dos EUA) estabelece que as importações do produto pelo
mercado americano não podem ser superior à metade do
total das compras deste produto e não podem ultrapassar
US$ 110 milhões.
Dos 3.348 da lista, o Brasil
fornece aos EUA 1.493 e, no ano
passado, conseguiu aprovação
para 1.386 dessas mercadorias,
ou seja, obteve aproveitamento
de 90,3%. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, esse
número era de 87% em 2004.
Em 2002, o Brasil preencheu
apenas 32,90% da cota máxima. Para o ministério, o aproveitamento das empresas brasileiras está aumentando devido à divulgação do sistema.
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