São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Socorro oficial gera fortes altas nas Bolsas

Bovespa sobe 8,3%, impulsionada por empresas de commodities como Petrobras, com alta de 11%, mas dólar vai a R$ 2,50

Investidores globais se animam com acordo de ajuda para as montadoras americanas e promessas de investimentos de Obama

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado acionário iniciou a semana com fortes ganhos pelo mundo. Na Bovespa, o pregão teve seu melhor desempenho em duas semanas, ao terminar com alta expressiva de 8,31%, aos 38.284 pontos. Foi a primeira vez que a Bolsa fechou acima dos 38 mil pontos em mais de um mês.
Os investidores foram às compras movidos pela expectativa em torno de programas de estímulo nas principais economias. O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciou no final de semana ambiciosos planos de investimentos em infra-estrutura. Cúpula da União Européia nesta semana debate plano de socorro de 200 bilhões. E o governo chinês discute ampliar seu pacote bilionário de estímulo.
Esse noticiário animou os mercados e favoreceu a recuperação das commodities. O índice Dow Jones subiu 3,46%, enquanto a Nasdaq teve ganho de 4,14%.
Os ganhos na Europa foram mais elevados: a Bolsa de Paris subiu 8,68%; Frankfurt, 7,63%; e Londres, 6,19%. Na Ásia, o índice Nikkei, de Tóquio, subiu 5,2%. Em Hong Kong, a alta foi de 8,66%. Já o barril de petróleo teve elevação de 7% em Nova York, para US$ 43,71.
A recuperação das commodities teve resposta imediata das maiores companhias da Bovespa. A ação PN da Petrobras, a mais negociada da Bolsa, subiu 11,28%. Entre as siderúrgicas e mineradoras, destaque para Vale PNA (10,27%), Usiminas PNA (15,4%), Gerdau PN (14,36%) e CSN ON (13,51%).
"O mercado se animou com as notícias e precificou uma expectativa de melhora. A notícia de ajuda às montadoras americanas agradou aos investidores, pois o setor é muito relevante para a economia", disse José Augusto Miranda, chefe da mesa de operações da HSBC Corretora.
As compras na Bolsa paulista foram intensas, com 386 mil operações, que movimentaram R$ 4,79 bilhões. Em novembro, por exemplo, houve 291 mil transações por pregão, com giro de R$ 3,77 bilhões.
Todavia o resultado de ontem não deve ser encarado ainda como uma virada do mercado, avaliam analistas. Essa não é a primeira vez, no período mais agudo da crise, que a Bolsa tem forte apreciação, para depois perder força.
Já o câmbio se descolou do mercado acionário. Após abrir em queda expressiva e ser negociado, na mínima, a R$ 2,39, o dólar ganhou força no decorrer do pregão, para terminar perto da máxima do dia, a R$ 2,501 -a segunda maior cotação do ano.


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