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Família volta a comandar Schincariol
Depois de dois anos afastado, Adriano Schincariol substitui Fernando Terni
Crise leva acionistas a retomarem o poder; dólar responde por 60% a 70% dos custos da cervejaria, que planeja corte de despesas
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
A crise econômica levou mais
uma empresa no Brasil a mudanças na sua gestão. Depois de
dois anos fora do comando, a
família Schincariol voltou a
reassumir o dia-a-dia da cervejaria. O executivo Fernando
Terni, que ocupou a presidência no período, foi substituído
por Adriano Schincariol.
O maior problema enfrentado pela Schincariol é a alta do
dólar, que responde por 60% a
70% dos custos totais com matéria prima. A produção de cerveja exige a importação de uma
série de produtos, como o malte, e outros preços, como o da
latinha de alumínio, usam o dólar como referência.
Procurado pela Folha para
comentar a mudança na companhia, Adriano Schincariol
afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a economia e o mercado enfrentam
um momento de grande volatilidade e, por isso, resolvemos
estar mais próximos do dia-a-dia dos negócios. Só nós podemos nos responsabilizar por
uma gestão mais expedita,
mais rápida".
Outro acionista que assume
funções executivas é Gilberto
Schincariol Júnior, que ocupará a vice-presidência de operações. Também por meio de sua
assessoria de imprensa, Gilberto deu a seguinte declaração:
"Temos uma excelente base
para adaptar a empresa aos novos desafios que teremos de
enfrentar, pois o futuro exigirá
ajustes e muita criatividade, e
neste momento, julgamos importante diminuir o espaço entre a tomada de decisões e a sua
implementação".
Além da mudança na gestão,
a cervejaria também deve concluir nos próximos dias um plano de reestruturação que prevê
um forte enxugamento de custos para fazer frente à elevação
do dólar. A empresa tem 14 fábricas e 10 mil funcionários.
A Schincariol não é a primeira empresa cujo acionista decide retomar suas funções executivas após o agravamento da
crise. Recentemente, o empresário Abilio Diniz também
reassumiu o comando do grupo
Pão de Açúcar.
Em 2005, Adriano Schincariol e outros familiares ficaram
detidos por dez dias numa operação da Polícia Federal batizada de Operação Cevada. A polícia investigava denúncia de sonegação fiscal.
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