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Emprego só volta ao nível de 2008 em um ano, diz Fiesp
Já a produção industrial no país deve retornar ao patamar pré-crise em março
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O setor manufatureiro do
país deve retornar em março de
2010 ao nível de produção registrado antes da crise, segundo
previsão da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo). O patamar de empregos, no entanto, só será recuperado em dezembro do próximo
ano. "As fábricas vão se adaptando a trabalhar mais com
menos funcionários", explica
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade.
Em 2009, a contração do segmento industrial vai ficar em
7%, de acordo com a Fiesp, devido principalmente à forte
queda das exportações e das
vendas de máquinas e equipamentos no mercado interno.
Para o ano que vem, a projeção
é de crescimento de 12%.
No caso do Estado de São
Paulo, a retração será de aproximadamente 8,3% neste ano,
com alta de 13,5% em 2010.
O recuo do nível de emprego
nas manufaturas brasileiras
deve ser de 2,5% em 2009. No
próximo ano, haverá elevação
de 5,3%. Pelos cálculos da entidade, o Brasil deverá ter crescimento de 0,4% em 2009 e de
6,2% no ano que vem.
Embora lenta, a recuperação
do mercado de trabalho industrial segue firme, segundo os
dados do IBGE. O emprego
cresceu 0,7% de setembro para
outubro no país, na série com
ajuste sazonal, e o setor também passou a pagar um número maior de horas extras, o que
sinaliza mais contratações no
futuro. O desempenho foi o
melhor desde julho de 2008.
Trata-se, ainda, da quarta taxa
mensal positiva seguida -nesse período, o indicador acumulou alta de 1,6%.
Para o instituto, a retomada
traduz o fôlego novo da produção da indústria, alimentado
especialmente pelo maior consumo de bens duráveis (veículos e eletrodomésticos em destaque) e mais recentemente pela reação dos investimentos em
máquinas e equipamentos.
"A aceleração da produção
desses setores já rebate no emprego", diz André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
Paliativo
Como forma de compensar
parte das perdas causadas às indústrias exportadoras pela
apreciação de 24,68% do câmbio neste ano, a Fiesp está encaminhando ao presidente Lula uma proposta de alteração
nos mecanismos federais e estaduais de compensação dos
tributos de itens que são vendidos a outros países.
Pela Constituição, as fábricas
têm direito a receber de volta
todos os impostos pagos na
aquisição de insumos e serviços
que serão empregados na elaboração de produtos voltados à
exportação. Os empresários reclamam, no entanto, que demoram demais para receber esse dinheiro -de acordo com a
Fiesp, há R$ 20 bilhões de créditos acumulados na esfera federal e até R$ 40 bilhões nas
mãos dos Estados.
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