São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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Emprego só volta ao nível de 2008 em um ano, diz Fiesp

Já a produção industrial no país deve retornar ao patamar pré-crise em março

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O setor manufatureiro do país deve retornar em março de 2010 ao nível de produção registrado antes da crise, segundo previsão da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O patamar de empregos, no entanto, só será recuperado em dezembro do próximo ano. "As fábricas vão se adaptando a trabalhar mais com menos funcionários", explica Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade.
Em 2009, a contração do segmento industrial vai ficar em 7%, de acordo com a Fiesp, devido principalmente à forte queda das exportações e das vendas de máquinas e equipamentos no mercado interno. Para o ano que vem, a projeção é de crescimento de 12%.
No caso do Estado de São Paulo, a retração será de aproximadamente 8,3% neste ano, com alta de 13,5% em 2010.
O recuo do nível de emprego nas manufaturas brasileiras deve ser de 2,5% em 2009. No próximo ano, haverá elevação de 5,3%. Pelos cálculos da entidade, o Brasil deverá ter crescimento de 0,4% em 2009 e de 6,2% no ano que vem.
Embora lenta, a recuperação do mercado de trabalho industrial segue firme, segundo os dados do IBGE. O emprego cresceu 0,7% de setembro para outubro no país, na série com ajuste sazonal, e o setor também passou a pagar um número maior de horas extras, o que sinaliza mais contratações no futuro. O desempenho foi o melhor desde julho de 2008. Trata-se, ainda, da quarta taxa mensal positiva seguida -nesse período, o indicador acumulou alta de 1,6%.
Para o instituto, a retomada traduz o fôlego novo da produção da indústria, alimentado especialmente pelo maior consumo de bens duráveis (veículos e eletrodomésticos em destaque) e mais recentemente pela reação dos investimentos em máquinas e equipamentos.
"A aceleração da produção desses setores já rebate no emprego", diz André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.

Paliativo
Como forma de compensar parte das perdas causadas às indústrias exportadoras pela apreciação de 24,68% do câmbio neste ano, a Fiesp está encaminhando ao presidente Lula uma proposta de alteração nos mecanismos federais e estaduais de compensação dos tributos de itens que são vendidos a outros países.
Pela Constituição, as fábricas têm direito a receber de volta todos os impostos pagos na aquisição de insumos e serviços que serão empregados na elaboração de produtos voltados à exportação. Os empresários reclamam, no entanto, que demoram demais para receber esse dinheiro -de acordo com a Fiesp, há R$ 20 bilhões de créditos acumulados na esfera federal e até R$ 40 bilhões nas mãos dos Estados.


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