São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Fim da migração
Muitos produtores norte-americanos de soja trocaram a oleaginosa pela produção de milho nas safras recentes. Incentivos maiores do governo para o milho e quebra constante na produtividade da soja foram os principais motivos dessa troca de cultura. Em 2003, a produtividade foi a menor em dez anos.

Opção pela soja
Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba, diz que nesta safra poderá haver uma migração menor dos produtores de soja para o milho. O principal atrativo são os preços, que, nos patamares atuais, já garantem uma disputa da soja com o milho. Essa intenção de plantio, no entanto, só será definida daqui a dois meses, quando estiver chegando o plantio nos Estados Unidos.

Armazéns assegurados
Um dos empecilhos dos investidores externos no mercado brasileiro é a qualidade do produto armazenado. Para garantir qualidade e entrega das commodities, a BM&F já conseguiu a adesão de 40 armazéns que trabalharão com esquemas de seguro.

Garantias
As seguradoras, que não entram no negócio para perder dinheiro, deverão ser agentes fiscalizadores dos armazéns. Essa elevação da qualidade armazenadora permitirá um volume maior de negociações de papéis (como CPRs) com garantia de recebimento de produtos negociados na Bolsa.

Sem alterações
Apesar da vaca louca nos Estados Unidos, os abates de animais continuam estáveis no mercado norte-americano. Analistas de Chicago estimam os abates atuais em até 122 mil bovinos por semana, contra 123 mil há um ano.

Mais um comprador
A quebra de safra de milho na Polônia deverá forçar o país a importar 600 mil toneladas desse cereal. Pelo menos 500 mil toneladas desse volume será de produto brasileiro, disseram ontem importadores à Agência Reuters. Os poloneses deverão importar esse milho até março e sem o pagamento de impostos.

No mercado interno
A notícia poderá reanimar o mercado interno, que está com queda de preços neste início de ano. Pesquisa do Cepea nas principais regiões produtoras mostra queda de 1,1% nos preços do produto no mercado de lote e de 0,4% nos preços pagos aos produtores.

Início de safra
O Brasil começa a safra de soja em algumas áreas de Mato Grosso que fizeram plantio de variedade precoce. Semeada em setembro, essa soja teve bom desenvolvimento e está com produtividade de 50 a 52 sacas por hectare, diz Muraro, da Agência Rural.

Pouca diferença
As estimativas de safra do mercado para milho e soja não registram novidades em relação aos números conhecidos em dezembro. Segundo os analistas, o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) deverá divulgar 66,7 milhões de toneladas para a safra norte-americana de soja. A de milho atinge 262 milhões.

Nas alturas
O preço médio da saca de feijão subiu ontem para R$ 86 em média nas principais áreas produtoras, alta de 34% em uma semana, conforme pesquisa da Folha. A elevação nos preços se deve às fortes chuvas nas regiões de produção.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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