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MERCADO
Uma aplicação girou R$ 1 bi
Ação de um investidor inchou fundo cambial
ÉRICA FRAGA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi apenas um fundo de investimento o responsável pela entrada
de R$ 1,105 bilhão registrada no
dia 30 de dezembro de 2003 nos
fundos cambiais, segundo a Folha apurou. O movimento ocorreu quatro dias úteis antes de o BC
anunciar que começaria a recomprar reservas no mercado.
Surpreendeu ao mercado o alto
volume da aplicação, que representou 20% do patrimônio dos
fundos cambiais que, no dia 29 de
dezembro, era de R$ 5,62 bilhões.
Chamou a atenção de analistas
também por ter ocorrido em um
momento em que a expectativa
de alta do dólar, que beneficia esse
tipo de aplicação, em 2004, vinha
sendo revista para baixo.
Detalhes sobre esse fundo, que é
exclusivo, não são publicados pela Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimento) por
solicitação do próprio cotista. Dos
cerca de 60 fundos cambiais que
existem no mercado, há apenas
seis fundos nessa situação. Fundos exclusivos geralmente têm só
um cotista, que pode ser uma empresa ou um grande investidor.
A assessoria do Banco Central
informou que não tem nenhum
comentário a fazer sobre o assunto. A assessoria da instituição
lembrou ainda que a fiscalização
de fundos cambiais não está sob a
responsabilidade do banco.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), órgão encarregado
de investigar a indústria de fundos de investimento e qualquer
movimento atípico que ocorra na
mesma, disse que não vê motivos
para analisar esse caso.
Segundo Carlos Sussekind, superintendente de Relações com
Investidores Institucionais da
CVM, já há muitos casos sendo
investigados pela instituição, que
tem uma equipe pequena para essa função. Além disso, de acordo
com ele, essa aplicação pode ter
sido uma operação normal de
mercado, "feita por alguma empresa que precisasse fazer um
hedge [proteção contra variação
cambial]". "Como a operação foi
feita por um fundo exclusivo e
não prejudicou ninguém, não vemos motivos para abrir uma investigação", diz Sussekind.
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