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Investidores também vêem entrave judicial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A emissão das licenças pelos órgãos ambientais não resolve os problemas que os investidores privados alegam
ter. As licenças podem ser
suspensas a qualquer tempo
na Justiça, por meio da ação
do Ministério Público ou de
ONGs ambientalistas.
Além disso, os investidores
se queixam do alto custo dos
estudos e das compensações
que precisam ser feitas para
que o projeto seja aprovado e
da criação de novas exigências entre a emissão da licença prévia (necessária para a
licitação) e a licença de operação (necessária para a entrada em funcionamento).
Para que um empreendimento passe a funcionar, são
necessárias três licenças:
prévia, de instalação e de
operação. No atual modelo
do setor elétrico, cabe ao governo obter a licença prévia
antes de licitar a usina. As licenças de instalação e de
operação são atribuições do
empreendedor.
Em seminário realizado no
final do ano passado, em São
Paulo, representantes dos
investidores privados reclamaram do surgimento de
condicionantes estranhas ao
Projeto Básico Ambiental,
classificadas por "extemporâneas" pela ABCE (Associação Brasileira das Concessionárias de Energia Elétrica).
De acordo com a associação,
essas mudanças "não têm
respaldo legal".
No diagnóstico do ABCE,
"é preciso evitar o agravamento dos altos custos operacionais que envolvem o
processo de licenciamento e
as incertezas geradas pelo
seu processo de análise".
Já o Instituto Acende Brasil, que representa investidores privados, avalia que "a
compensação ambiental não
pode ser compensação social
para injustiças sociais preexistentes, fonte de negócio
para especuladores, justificativa de emprego para movimentos organizados ou
moeda de troca política".
Os investidores privados
apoiam projeto de lei em tramitação no Congresso que limita o gasto com compensações ambientais em 0,5% do
custo total do projeto.
(HUMBERTO MEDINA)
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