São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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guilherme.barros@uol.com.br

Lula repete erros de 2001, diz Acende Brasil

Apesar de o ministro interino das Minas e Energia, Nelson Hubner, ter negado o risco de racionamento de energia neste e no próximo ano, está marcada para hoje uma reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), ligado ao ministério, para analisar a situação dos reservatórios das hidrelétricas e as medidas que podem ser adotadas para contornar o problema.
Se não há risco de uma crise de energia, por que então o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, teria declarado, na véspera, que não estaria descartada a hipótese de um racionamento?
Kelman, que ontem preferiu não se pronunciar, teria sugerido até a elaboração de um plano B para evitar uma situação parecida com a de 2001, quando o governo adotou um plano de racionamento.
Segundo Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, que representa investidores privados em energia elétrica, um dos principais fatores que levaram o país a uma crise de escassez de energia em 2001 foi exatamente a falta de transparência do governo em relação à situação das hidrelétricas. O mesmo se repete agora.
Além das declarações contraditórias de autoridades do governo em relação à crise de energia, um grande exemplo de falta de transparência são a constituição e as funções exercidas pelo CMSE.
Em uma resolução de 20 de dezembro de 2007, assinada pelo ministro Hubner e publicada quatro dias depois no "Diário Oficial", o governo cria o CMSE, órgão subordinado ao Ministério das Minas e Energia, com poderes para desprezar recomendações técnicas tomadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), encarregado de monitorar o risco de apagão no país.
"Como sempre, a conta vai para o consumidor, que, a propósito, não tem a menor idéia do que está acontecendo", diz Sales.

Eike Batista negocia a venda de parte da MMX

O empresário Eike Batista está prestes a fechar mais uma operação da sua mineradora, a MMX. Depois de ter vendido no ano passado uma fatia da companhia para a britânica Anglo American, terceira maior mineradora do mundo, por US$ 1,15 bilhão, Eike negocia a venda de mais 20% por alguma coisa como US$ 1,8 bilhão.
A MMX abriu o capital em julho de 2006. Na época, o seu valor de mercado era calculado em US$ 1,4 bilhão. Hoje, vale US$ 8 bilhões.

DESFILE ECOLÓGICO
A tecelagem Marles participa do calendário de moda deste ano levando para as passarelas de São Paulo e do Rio ecologia e sustentabilidade, também em moda. A empresa investiu em uma malha de fibra natural do bambu, a Bamboo. A malha não tem aditivos químicos, segundo Michel Korich, diretor da tecelagem. No Fashion Rio, a Marles participa dos trabalhos de marcas como a carioca Redley e a brasiliense Apoena. Já na São Paulo Fashion Week, há três estilistas patrocinados pela Marles: Lorenzo Merlino, Wilson Ranieri e Priscila Darolt, que adotaram o tecido em suas criações. Animale, André Lima e Samuel Cirnansck também terão a malha em seus desfiles.

MORTE DE ÊXITO
O economista Juan José Ruiz, diretor da Divisão América do grupo Santander, fez palestra na FGV com tanto entusiasmo sobre o Brasil e suas perspectivas que alguém do público sugeriu que ele se naturalizasse brasileiro e assumisse um ministério. Se aceitasse a sugestão, Ruiz diria ao presidente Lula o que disse na GV: "Manter o rumo para não morrer de êxito".

CANUDO
A Coca-Cola Clothing, licenciamento da Coca-Cola à AMC Têxtil, estréia sua primeira ação publicitária.

À FRANCESA
A Câmara de Comércio França-Brasil recebeu, em 2007, mais de 300 pedidos de investidores nacionais sobre riscos e oportunidades comerciais na Europa, uma média de 25 solicitações por mês. A câmara promoveu 12 "Jounées-Pays" -viagens à França para fechamento de negócios entre brasileiros e franceses-, nas quais 77 empresas estiveram envolvidas.

GRAFITE
O grupo AfroReggae abre a agenda cultural de Furnas, que investirá R$ 3 milhões em projetos da Lei Rouanet.

CAPTAÇÃO: CAIXA REGISTRA RECORDE NA CADERNETA DE POUPANÇA EM 2007
A Caixa Econômica Federal registrou recorde de captação líquida -diferença entre os depósitos e as retiradas- na caderneta de poupança em 2007. No acumulado do ano, foram R$ 10,8 bilhões, montante 328,57% superior ao registrado em 2006, quando a captação líquida foi de R$ 2,5 bilhões. De acordo com o Banco Central, os bancos tiveram volume de R$ 33,4 bilhões no ano passado. A Caixa foi responsável por 32,33% desse total.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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