São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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EUA terão recessão em 2008, prevê banco

Para Goldman Sachs, crescimento no 2º e no 3º trimestres será negativo e Fed cortará juros em quase 2 pontos até o fim do ano

Para a instituição, PIB deve crescer 0,8%, bem abaixo dos 2,2% estimados pelo Banco Mundial e dos 2,7% previstos pelo governo

Mario Tama - 26.dez.07/France Presse
Consumidores em frente à loja em Nova York; para Goldman Sachs, recessão será "relativamente branda' pelos padrões históricos

DA REDAÇÃO

O Goldman Sachs afirmou que, se a economia dos Estados Unidos já não está em recessão, "em breve" ela chegará. No início da semana, outro banco de investimento americano, o Merrill Lynch, já tinha feito previsão semelhante.
Para o Goldman Sachs, o PIB deve se contrair no segundo e no terceiro trimestres deste ano -a definição padrão de recessão nos EUA envolve dois trimestres consecutivos de crescimento econômico negativo. No final da semana passada, o banco dissera que os EUA estavam "à beira da recessão".
"Nos últimos meses, temos ficado cada vez mais preocupados com que os problemas dos mercados imobiliário e de crédito provoquem não apenas desaceleração no crescimento e um afrouxamento substancial do Fed [o BC dos EUA] -nossa visão há um bom tempo-, mas também uma completa recessão", afirma relatório do banco. A instituição disse também que os dados do desemprego de novembro, que atingiram o seu maior nível desde 2005, são especialmente preocupantes.
De acordo com o banco, a recessão deve durar de dois a três trimestres e ser "relativamente branda" pelos padrões históricos, com uma queda acumulada no PIB de 0,5%.
Três fatores devem impedir que a recessão dos EUA seja mais profunda, na análise do Goldman Sachs. Um deles é que o Fed deve reduzir a taxa de juros básica dos atuais 4,25% para 2,5% até o fim do ano. O primeiro corte deve acontecer já na reunião de janeiro, quando o banco projeta uma taxa 0,50 ponto percentual menor. O BC dos EUA cortou os juros em seus três últimos encontros.
Além disso, a instituição afirma acreditar que o governo de George W. Bush deve apresentar um pacote de estímulo à economia. E, de acordo com o Goldman Sachs, a desvalorização do dólar deve ajudar as exportações das empresas.
Pelas suas projeções, o PIB dos EUA deve crescer 0,8% neste ano, bem menos que as estimativas, por exemplo, do Bird, que prevê expansão de 2,2%, e da Casa Branca, que acredita em avanço de 2,7%. Como efeito da desaceleração, a taxa de desemprego deve chegar a 6,5% em 2009 -em novembro, ela ficou em 5%.
O Goldman Sachs foi uma das instituições financeiras menos afetadas por investimentos em títulos do mercado imobiliário "subprime" (de alto risco), e seu lucro subiu 2% no seu trimestre fiscal.

Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o Brasil está preparado para enfrentar as conseqüências de uma possível recessão nos EUA.
"O Brasil está muito bem colocado hoje dentro do cenário internacional. Estive em Basiléia em reuniões dos BCs no domingo e na segunda-feira, e a avaliação é que o país está com os fundamentos sólidos para enfrentar com maior segurança o cenário internacional."


Com agências internacionais

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