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Dez maiores grupos financeiros passam a ter 94% das agências bancárias do país
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A união entre Banco do Brasil e Banco Votorantim representa mais um passo na direção
do aumento da concentração
desse mercado no país. Um dos
sinais mais visíveis desse movimento é a dificuldade cada vez
maior de encontrar uma agência bancária que não faça parte
dos dez maiores grupos financeiros do Brasil.
Atualmente, esse grupo de
instituições financeiras responde por 94% das 18,9 mil
agências bancárias em funcionamento no país. Esse cálculo
foi feito a partir dos balanços
apresentados pelos bancos em
setembro, mas já considera as
fusões anunciadas desde então.
Há dez anos, época em que
Banespa, Banco Real e BankBoston ainda estavam entre os
líderes de mercado, essa proporção estava em 76%. Se considerados apenas os cinco
maiores bancos, a concentração chega a 90,1%, contra
57,4% em 1999.
A lista dos dez maiores bancos do país no início de 1999
também revela como os clientes têm tido cada vez menos escolha na hora de abrir uma conta. Há dez anos, esse grupo era
composto exclusivamente pelas chamadas instituições de
varejo, que se destacavam pela
elevada capacidade em captar
depósitos por meio de contas
correntes, poupança ou CDBs.
Dez anos depois, após as várias fusões ocorridas no setor, o
grupo dos dez maiores inclui o
próprio Votorantim, que ganhou mercado basicamente
com operações como o financiamento de veículos, e o francês BNP Paribas, que tem como
ponto forte a gestão de investimentos e possui, segundo o
Banco Central, apenas quatro
agências no país.
Outro reflexo do processo de
consolidação do setor bancário
é a maior concentração dos depósitos. Em setembro, segundo
levantamento do BC, o total de
recursos depositados nos bancos por seus clientes estava em
R$ 1,082 trilhão, do qual 91,4%
estavam nas dez maiores instituições financeiras. Há um ano
-antes da união entre Itaú e
Unibanco e da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil,
por exemplo-, essa proporção
estava em 83,7%.
Os números do BC mostram
ainda que, apesar de não crescer no mesmo ritmo da lucratividade do setor, o número de
pessoas empregadas pelos bancos não tem diminuído nos últimos anos. Em tese, isso pode
ser entendido como um sinal
de que as fusões que têm acontecido não se traduziram em
demissões em massa no setor.
Em setembro do ano passado, segundo o BC, as instituições financeiras empregavam
550,8 mil pessoas, praticamente empatando com os 550,4 mil
registrados em dezembro de
2007. Os números não incluem, porém, funcionários
terceirizados pelos bancos.
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