|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Desemprego cresce mais rápido para imigrantes latinos no país
RENATO ESSENFELDER
DA REDAÇÃO
A taxa de desemprego de imigrantes latinos nos Estados
Unidos cresceu a quase o dobro
da proporção do desemprego
entre não-latinos no país, revela estudo do Pew Hispanic Center, braço do instituto Pew Research Center.
Além disso, inverteu-se tendência contínua dos últimos
cinco anos e pela primeira vez
no período houve queda no volume de imigrantes latinos trabalhando ou buscando ocupação nos EUA. Para as empresas,
as vagas de baixa qualificação
geralmente associadas a imigrantes, são mais simples de serem extintas e posteriormente
reabertas, o que ajuda a explicar o fenômeno.
A taxa de desemprego passou
de 5,7% no terceiro trimestre
de 2007 para 7,8% (alta de 2,1
pontos percentuais) em igual
período de 2008 para hispânicos, ao passo que o índice foi de
4,6% para 5,8% para não-hispânicos -alta de 1,2 ponto.
O instituto ainda não fechou
a comparação detalhada entre
latinos e não-latinos a partir de
dados de outubro a dezembro,
mas já sabe que em dezembro a
taxa chegou a 9,2% -maior nível desde 1997 (veja quadro).
Desistências
A princípio, a pesquisa do
Pew Hispanic mostra que o
agravamento das turbulências
no país levou latinos nascidos
em território americano a sofrerem mais. Entre eles, a taxa
no terceiro trimestre de 2008
foi próxima aos dois dígitos:
9,6%. Entre latinos nascidos fora dos EUA, a taxa foi de 6,4%
no terceiro trimestre.
Mas o desemprego dos imigrantes está subdimensionado,
avalia o coordenador do estudo
e codiretor de pesquisas do instituto, Rakesh Kochhar. "Esse
número [6,4%] esconde o fato
de que muito imigrantes nascidos no exterior simplesmente
pararam de buscar emprego. Se
não houvesse desistências, estimamos que a taxa seria de
7,8%, o que faria desse grupo o
mais castigado pela crise, com
alta recorde de 3,3 pontos percentuais na taxa de desocupação", afirmou à Folha.
Qualificação
O estudo do Pew Hispanic inclui tanto imigrantes legais
quanto ilegais. Os irregulares
representam, segundo Koch-
har, cerca de 5% do total da força de trabalho americana, e são
um terço de todos os imigrantes em ação no país.
Ainda pelo estudo, os maiores cortes se deram entre mexicanos e imigrantes que chegaram aos EUA mais recentemente, após o ano 2000.
Para Kochhar, isso significa
que trabalhadores com salários
menores em empregos menos
qualificados estão sendo os primeiros a sentir os cortes. "Geralmente as recessões têm impacto mais severo sobre trabalhadores de pouca qualificação
e com baixa remuneração. Este
parece ser o caso agora."
O setor que mais fechou vagas entre os terceiros trimestres de 2007 e de 2008, tanto
para latinos como para não-latinos, foi o da construção civil.
Texto Anterior: Obama quer estender ajuda do plano de Bush Próximo Texto: Crise: Produção da indústria europeia apresenta retração Índice
|