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Procuradoria prepara ações contra reajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
O MPF (Ministério Público
Federal) tem pronta a minuta
das ações civis públicas contra
a Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) e as 63 distribuidoras do país. Mas, antes de
ingressar num confronto imprevisível e que pode durar
anos no Judiciário, o MPF faz
as últimas tentativas para abrir
diálogo com a agência.
O objetivo ainda é o mesmo:
convencer a Aneel a usar sua
autoridade para promover as
alterações contratuais para
corrigir o erro nas contas de
luz. Há três meses, o Ministério
Público tenta abrir diálogo com
a Aneel. Sem sucesso.
"O prazo está se esgotando,
tem que haver alguma posição
até o fim deste mês, porque no
início de fevereiro os reajustes
começam a ser feitos e temos
de evitar que eles continuem a
ser aplicados de forma errada",
diz Marcelo Ribeiro, promotor
público federal e coordenador
do grupo de trabalho para questões de energia do MPF.
Segundo ele, as unidades locais do órgão têm autonomia
para propor ações, mas estão
aguardando a tentativa ainda
frustrada de um acordo. Ribeiro explica que as unidades do
Distrito Federal, de São Paulo,
de Pernambuco e do Rio Grande do Sul abriram inquéritos
para investigar a falha na conta
de luz e se preparam para ingressar com ações contra a
Aneel, o governo federal e as
distribuidoras de energia.
Ribeiro afirma que há dúvidas ainda se na ação o MPF pede a suspensão de todos os reajustes tarifários enquanto não
se resolve a falha na metodologia ou se pede ao Judiciário a
proibição de aplicação das regras da CVA (conta de variação
da parcela A) no IRT (índice de
reajuste tarifário). É por esse
mecanismo que a Aneel ajusta
a fatia da tarifa de energia elétrica da qual as distribuidoras
não podem (como ocorre agora) obter ganhos.
A Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), entidade que congrega
mais de 200 mil associados no
país, aguarda a publicação pela
Aneel da resolução, a partir da
qual se tornarão públicas as
providências adotadas pelo regulador. "Até agora, infelizmente, nenhuma providência
foi tomada. A Pro Teste irá esperar mais alguns dias antes de
rumar para o caminho judicial", diz Maria Inês Dolci,
coordenadora institucional da
Pro Teste. O prazo termina na
primeira quinzena deste mês.
A associação pressiona a
Aneel com ofícios pedindo o
aditamento dos contratos, mas
a iniciativa tem dado pouco resultado. A entidade tem defendido ações de improbidade administrativa contra a direção
da Aneel, por considerar que a
agência é omissa ao não determinar o acerto do contrato, hoje desfavorável aos consumidores brasileiros.
(AB)
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