São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

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Setor público registra déficit maior a cada ano

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sistema de previdência pública no país -leia-se Ministério da Previdência Social- vem registrando sucessivos e elevados déficits nos últimos anos. Ou seja, os recursos arrecadados não têm sido suficientes para cobrir as despesas.
Em 2005, a diferença entre receita e despesa foi de R$ 37,57 bilhões, contra R$ 32,7 bilhões em 2004. Um ano antes, o rombo de caixa foi R$ 26,4 bilhões; em 2002, de R$ 17 bilhões; e em 2001, de R$ 12,8 bilhões.
Para este ano a previsão é que o déficit fique entre R$ 45,5 bilhões e R$ 46 bilhões (leva em conta um salário mínimo de R$ 321). Como o mínimo deverá ser de R$ 350, o déficit anual pode chegar a R$ 50 bilhões.
Ao contrário do que se poderia imaginar, os déficits não têm sido gerados por valores elevados no pagamento dos benefícios. Longe disso. Quem se aposenta hoje por tempo de contribuição (35 anos anos para o homem e 30 para a mulher) pela previdência pública recebe no máximo R$ 2.668,15.
Só que, devido ao fator previdenciário, criado em novembro de 1999, são raros os casos em que uma pessoa se aposenta pelo teto. No mês passado, um trabalhador com 35 anos de contribuição e 55 anos de idade teria direito a um benefício em torno de R$ 2.425 (desde que tenha contribuído pelo teto a partir de julho de 1994).
Como o fator previdenciário para esse trabalhador é 0,7419 (corresponde a 74,19% da média calculada), a aposentadoria é reduzida para R$ 1.799. Para este mês os valores devem ser de R$ 2.450 e R$ 1.818.
Para ter direito aos R$ 2.450, será preciso que o trabalhador esteja no fator previdenciário 1,0. Nesse fator estão hoje os trabalhadores com 60 anos de idade e 39 de contribuição. Para obter os R$ 2.668,15 do teto, o trabalhador precisará estar no fator 1,09 -hoje, 60 anos de idade e 42 de contribuição ou 62 e 39 anos, respectivamente.
A média mensal dos benefícios pagos em dezembro foi de R$ 542. Em dezembro de 2002, era de R$ 504. O aumento foi de 7,5% -nesses três anos, o IPC da Fipe acumulou 20,5%.


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