São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Na crise, BC já injetou US$ 27,7 bilhões no câmbio

Valor equivale a 13,5% das reservas em setembro; do total, US$ 13,4 bi devem ser devolvidos por bancos à autoridade monetária

Para Meirelles, oferta de empréstimos bancários está se normalizando, e janeiro já teve 1,1% mais operações de crédito que setembro


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O agravamento da crise financeira internacional custou US$ 27,7 bilhões às reservas em moeda estrangeira do Brasil. O número se refere ao volume de dólares que o Banco Central injetou no mercado de câmbio desde setembro do ano passado, quando as turbulências no cenário externo se intensificaram e o real passou a sofrer forte desvalorização.
O valor corresponde a 13,5% das reservas brasileiras em setembro. Dos dólares despejados no mercado até o final do mês passado, US$ 14,3 bilhões foram colocados em circulação de forma definitiva, enquanto os US$ 13,4 bilhões restantes foram emprestados aos bancos, que devolverão os recursos ao BC ao longo do ano.
Na última sexta, as reservas estavam em US$ 188,1 bilhões, se considerados apenas os dólares que o Banco Central mantém em caixa.
Na estatística oficial, porém, o BC considera nas reservas parte dos recursos emprestados aos bancos desde o agravamento da crise, o que eleva o saldo para US$ 199,9 bilhões.

Mais crédito
Os números foram apresentados pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, durante seminário promovido pelo Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Meirelles usou os dados para ilustrar parte das iniciativas tomadas pelo governo contra efeitos da crise.
O presidente do BC afirmou também que a oferta de crédito no país já está se normalizando. No mês passado, segundo ele, a concessão de empréstimos bancários foi 1,1% maior do que em setembro, se considerado o valor médio liberado a cada dia útil. "Voltamos a nos aproximar dos níveis pré-crise, já estamos um pouco acima dos níveis de setembro", afirmou.
Meirelles também voltou a pedir que pessoas e empresas não deixem se influenciar pelo pessimismo sobre o futuro da economia brasileira. "É importante que todos sejamos realistas, mas atitudes excessivamente agressivas do ponto de vista defensivo também podem exacerbar, desnecessariamente, o problema", disse.


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