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Na crise, BC já injetou US$ 27,7 bilhões no câmbio
Valor equivale a 13,5% das reservas em setembro; do total, US$ 13,4 bi devem ser devolvidos por bancos à autoridade monetária
Para Meirelles, oferta de
empréstimos bancários está
se normalizando, e janeiro
já teve 1,1% mais operações
de crédito que setembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O agravamento da crise financeira internacional custou
US$ 27,7 bilhões às reservas em
moeda estrangeira do Brasil. O
número se refere ao volume de
dólares que o Banco Central injetou no mercado de câmbio
desde setembro do ano passado, quando as turbulências no
cenário externo se intensificaram e o real passou a sofrer forte desvalorização.
O valor corresponde a 13,5%
das reservas brasileiras em setembro. Dos dólares despejados no mercado até o final do
mês passado, US$ 14,3 bilhões
foram colocados em circulação
de forma definitiva, enquanto
os US$ 13,4 bilhões restantes
foram emprestados aos bancos,
que devolverão os recursos ao
BC ao longo do ano.
Na última sexta, as reservas
estavam em US$ 188,1 bilhões,
se considerados apenas os dólares que o Banco Central mantém em caixa.
Na estatística oficial, porém,
o BC considera nas reservas
parte dos recursos emprestados aos bancos desde o agravamento da crise, o que eleva o
saldo para US$ 199,9 bilhões.
Mais crédito
Os números foram apresentados pelo presidente do BC,
Henrique Meirelles, durante
seminário promovido pelo
Confea (Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e
Agronomia). Meirelles usou os
dados para ilustrar parte das
iniciativas tomadas pelo governo contra efeitos da crise.
O presidente do BC afirmou
também que a oferta de crédito
no país já está se normalizando.
No mês passado, segundo ele, a
concessão de empréstimos
bancários foi 1,1% maior do que
em setembro, se considerado o
valor médio liberado a cada dia
útil. "Voltamos a nos aproximar dos níveis pré-crise, já estamos um pouco acima dos níveis de setembro", afirmou.
Meirelles também voltou a
pedir que pessoas e empresas
não deixem se influenciar pelo
pessimismo sobre o futuro da
economia brasileira. "É importante que todos sejamos realistas, mas atitudes excessivamente agressivas do ponto de
vista defensivo também podem
exacerbar, desnecessariamente, o problema", disse.
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